O diretor de ativos digitais do banco de investimentos BTG Pactual, André Portilho, deu entrevista à Exame sobre o desempenho do Bitcoin (BTC) no mês de maio, o pior para a maior criptomoeda nos últimos 10 anos.

Em maio, o Bitcoin fechou o mês com queda de quase 30%, passando do nível de US$ 58.000 para US$ 36.000, em mês marcado por enorme volatilidade depois do anúncio da Tesla de que suspenderia os pagamentos em Bitcoin devido ao impacto ambiental da produção da moeda. A volatilidade levou a uma enorme liquidação nas exchanges, o que empurrou os preços ainda mais fundo.

Portilho falou sobre a importância do mercado de derivativos na correção e destacou o longo mercado de alta que se estendeu desde abril de 2020:

"O mercado veio em uma sequência de alta muito forte desde abril do ano passado, estava muito alavancado. Um fluxo de notícias com um viés negativo durante as últimas semanas do mês passado fez com que o mercado sofresse uma correção, que foi potencializada pelo acionamento de stops e liquidações de grandes posições. Movimentos como esse são normais quando o mercado está muito alavancado" 

O diretor do BTG Pactual ainda destacou a importância do comportamento dos investidores institucionais durante a grande correção, que foram às compras, na contramão do pessimismo do bilionário Elon Musk, da Tesla:

"Durante toda a queda, observamos grandes compras de investidores institucionais, reafirmando o interesse nessa classe de ativos. Como qualquer tecnologia nova, o importante neste mercado é focar nas possibilidades no longo prazo"

Como noticiou o Cointelegraph Brasil, as quedas de maio acabaram desarmando as mãos mais fracas do mercado e geraram um fluxo em massa para as maiores carteiras de Bitcoin, que aproveitaram a queda. Segundo a Glassnode, as maiores carteiras ganharam 25.000 novos endereços com mais de 1.000 BTC só no último mês.

Na contramão do Bitcoin, o rival físico da moeda, o ouro, cresceu 7% no último mês. O estrategista do JP Morgan, Nikolaos Panigirtzoglou, falou sobre o crescimento do ouro no mercado de hedge:

“Observamos que o mero aumento da volatilidade, especialmente em relação ao ouro, é um impedimento para uma maior adoção institucional, pois reduz a atratividade do 'ouro digital' em comparação com o ouro tradicional em carteiras institucionais”

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