Uma pesquisa da startup blockchain Bison Trails revelou que 80% dos bancos centrais do mundo já se interessam de alguma forma pelo desenvolvimento de moedas digitais nacionais, as chamadas CBDCs.
O relatório "Infraestrutura e desenho de moedas digitais de banco central" foi publicado na última terça-feira e a pesquisa teve objetivo de abordar as iniciativas de CBDCs em andamento no mundo e a posição dos bancos centrais sobre o tema.
A pesquisa da startup blockchain, que é propriedade da exchange norte-americana Coinbase, também revelou que 40% dos bancos centrais já realizam provas de conceito para a adoção de moedas digitais nas economias nacionais.
O texto ainda diz que o principal dos projetos de CBDCs em desenvolvimento é "proteger a soberania monetária", classificando as moedas digitais de um “novo meio de estimular a inovação tecnológica e promover a inclusão econômica nacional e global”.
A bancarização também entrou no relatório da pesquisa, destacando que as pessoas que não estão incluídas no sistema financeiro global podem se beneficiar da digitalização das moedas.
Hoje, 2 bilhões de pessoas não estão bancarizadas no mundo, quase 1/3 da população global. Só nos Estados Unidos, pelo o menos 25% da população economicamente ativa não tem um nível satisfatório de serviços bancários.
Diem é uma ameaça?
A criptomoeda do Facebook, o Diem, que já chamou-se Libra no passado, também entrou como objeto da pesquisa. O projeto travou uma longa batalha com as autarquias dos EUA e já foi apontada pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) como ameaça às economias nacionais:
“Diem oferece um paradigma completamente novo em economia, uma associação diversa de negócios e partes interessadas de impacto social desenvolvendo moedas digitais em uma cadeia de código aberto licenciada construída sobre a tecnologia mais recente”
Banco Central do Brasil
O Banco Central do Brasil também tem planos de digitalização do real, com um projeto já em andamento na autoridade financeira. Nesta semana, o tema voltou às manchetes depois de declarações do presidente do Bacen, Roberto Campos Neto.
Segundo Campos Neto, o real digital será voltado para "contratos digitais" e por enquanto não deve eliminar totalmente as notas físicas em circulação.
O Banco Central brasileiro também divulgou no começo da semana as diretrizes oficiais para a CBDC brasileira, gerando debate entre os especialistas quanto ao impacto do projeto na economia brasileira.
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