Olhando em retrospectiva, era inevitável. Não existe alta infinita. Embora no ano passado tenham surgido teorias de que os ciclos de baixa teriam se tornado coisa do passado, s sinais estão em toda a parte já há algum tempo e se tornaram mais agudos nos últimos dias.
No cenário macroeconômico, o iminente aumento da taxa de juros pelo Banco Central dos EUA (FED) se somou à escalada das tensões entre a Rússia e os países que compõem a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em torno de uma invasão russa à Ucrânia para pressionar ainda mais os mercados de ações e de criptomoedas.
Em relação à atividade on-chain, o volume de transações vêm declinando e à medida que o Bitcoin (BTC) quebrou o suporte psicológico de US$ 40.000 e segue perdendo valor cresce o número de investidores com prejuízo não realizado.
Como apontou o mais recente relatório da firma de análise de dados on-chain Glassnode, são justamente estes investidores de curto prazo - aqueles que adquiriram suas moedas em um período inferior a 155 dias - que se tornam mais propensos a vender seus BTCs, retroalimentando o viés de baixa. Outro indicador importante do sentimento do mercado é o Índice de Medo e Ganância, que voltou à região de medo extremo.
No momento em que pesos pesados da indústria como o criador do Ethereum (ETH), Vitalik Buterin, admitem que o inverno cripto chegou, o melhor que os investidores têm a fazer é montar uma estratégia para atravessá-lo minimizando riscos e perdas e aproveitando oportunidades.
O Cointelegraph Brasil apresenta 5 estratégias simples para ajudar os investidores a sobreviver aos tempos difíceis que se abateram sobre o mercado na virada do ano e prometem se estender para além de 2022, segundo as previsões iniciais.
1. Bitcoin como porto seguro
Atualmente, o Bitcoin está cotado 45% abaixo do recorde histórico de preço registrado em 10 de novembro do ano passado. Trata-se de uma queda severa, sem sombra de dúvidas, e ainda pode se aprofundar ainda mais. No entanto, em comparação com outras criptomoedas que compõem o top 10, as perdas do Bitcoin são inferiores a de tokens como Solana (SOL) e Cardano (ADA). Ambos atualmente encontram-se 66% e 71%, respectivamente, abaixo de suas máximas históricas.
Além disso, à medida que o mercado cai a dominância do Bitcoin cresce, mostrando que os investidores que premanecem no mercado concentram seus investimentos na maior criptomoeda do mercado. Apesar de ter registrado queda em sua participação de mercado, o Ethereum se apresenta como uma segunda opção para os investidores.
No entanto, os níveis de risco e de volatilidade do ETH são maiores do que o do BTC, ainda mais porque a rede de contratos inteligentes deve passar por atualizações importantes ao longo deste ano cujos resultados podem afetar o seu valor de mercado, positiva ou negativamente.
Em resumo, é impossível prever quanto tempo o Bitcoin levará para se recuperar, mas há dois fatores que devem ser levados em conta pelos investidores com base em experiências do passado. O Bitcoin sempre é o primeiro ativo a dar sinais de recuperação em uma sinalização efetiva de reversão de tendência do mercado. E em segundo lugar, investidores que mantiveram suas posições em Bitcoin com foco no longo prazo durante ciclos de baixa acabaram recompensados nos ciclos de alta subsequentes.
2. Aportes médios periódicos
Hoje em dia, dificilmente investidores do varejo podem pensar em Bitcoins em sua integridade. É preciso adotar sua medida fracionária, os Satoshis, para desenvolver uma estratégia com foco em um preço médio razoável no longo prazo.
Assim, tanto em tempos de alta quanto de baixa, realizar aportes periódicos com um valor médio estabelecido em reais tende a ser mais lucrativo em um horizonte temporal expandido do que fazer tentativas de comprar grandes quantidades em eventuais quedas pontuais. Prever topos e fundos nesse mercado é algo que nem mesmo investidores experientes estão capacitados a fazer.
Assim, a melhor estratégia para construir uma posição sólida e lucrativa de Bitcoin ao longo do tempo é conhecida pelo termo Dollar Cost Average (DCA). Ela consiste em realizar compras periódicas regulares, independentemente do preço do BTC no momento da negociação.
Adotar essa atitude equivale a fazer uma poupança em Bitcoin. O principal benefício dessa estratégia é evitar preocupações com a volatilidade e a flutuação do valor do BTC em dólares ou reais. O que importa é acumular uma quantidade cada vez maior de Satoshis em sua carteira.
Segundo estimativas, essa estratégia costuma oferecer retornos duas vezes superiores do que investimentos não regulares de grandes somas de dinheiro.
3. Evitar trades eventuais
Em ciclos de baixa é preciso não se deixar levar por fundos e topos eventuais do mercado, tentando realizar operações eventuais para comprar nas baixas e vender nas altas. Basicamente, trata-se de controlar as emoções para evitar perder dinheiro nesse tipo de negociação.
Um artigo recente da Business Insider observou que entre 70% e 97% dos day traders acabam tendo prejuízos em suas tentativas de antecipar os movimentos do mercado.
4. Seja o custodiante de suas moedas
Se a melhor estratégia em ciclos de baixa é evitar negociações de compra e venda mantendo o foco no long prazo é recomendável que os investidores retirem seus Bitcoins das exchanges e os transfiram para carteiras particulares, tornando-se responsáveis pela custódia de suas próprias moedas.
Embora os ciclos de baixa registrem um resfriamento geral do mercado, com menos recursos sendo movimentados, as exchanges de criptomoedas não estão imunes a ataques hackers ou mesmo a problemas de insolvência em função do declínio de suas receitas nesses períodos.
Inclusive, casos como os da Mt. Gox, da Bitfinex e da Quadriga CX, que se tornaram famosos nos 12 anos de história do Bitcoin, devem servir de alerta para os investidores: "Sem sua própria chave privada, você não tem controle sobre suas moedas”.
Entre as opções há carteiras frias, um dispositivo externo, em geral similar a um pen-drive, sem conexão direta com a internet, em que ficam armazenadas as chaves privadas do usuário; ou carteiras quentes, que podem ser baixadas em dispositivos móveis, mas oferecem um grau de segurança inferior, por estarem on-line e, portanto, vulneráveis a ataques maliciosos via internet.
5. Olhe para os limites inferiores do gráfico
Esta talvez seja a estratégia mais difícil e inusitada de todas. Em ciclos de baixa, o ideal é ficar de olho nos níveis de suporte do Bitcoin, uma vez que novas máximas históricas estão temporariamente fora do radar do mercado.
Essa pequena mudança de perspectiva é reveladora da resiliência do Bitcoin e também mostra a evolução e a valorização do BTC ao longo do tempo, conforme destaca esse tweet da exchange OKX.
#WednesdayWisdom 🧠 Glass is half full!#Bitcoin yearly lows can tell you more of a concrete measurement to the value of bitcoin as opposed to an inflated ATH 🙌 pic.twitter.com/hRu9zbJrog
— OKX (previously OKEx) (@okx) July 21, 2021
#WednesdayWisdom O copo está meio cheio! #As mínimas anuais do Bitcoin podem lhe dar uma medida mais concreta do valor do bitcoin em oposição a uma máxima histórica (ATH) inflada
— OKX (previously OKEx) (@okx)
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, o cofundador da exchange de criptomoedas Huobi, Du Jun, previu que o Bitcoin só deve voltar a subir no final de 2024.
LEIA MAIS