Apesar de estar em seus últimos dias, 2022 poderá se transformar em uma espécie de “ano que não acabou” e se arrastar ao longo de 2023. Isso porque, algumas mazelas e impasses envolvendo o ecossistema cripto tendem a escrever capítulos inéditos e decisivos ao longo do próximo ano, como uma série de uma plataforma de streaming, mas com a diferença de que, no mercado cripto, não há a “tecla pause” e, por isso, os investidores que cochilarem correm o risco de perder ou de não ganhar.
SBF e a caixa de pandora
Nos últimos dias, o fundador da exchange de criptomoedas falida FTX, Sam Bankman-Fried, o SBF, recebeu alguns conselhos de como sobreviver à prisão. As dicas, como raspar a cabeça e engrossar a voz, partiram de Martin Shkreli, o Pharma Bro, preso por cerca de quatro anos por fraude de valores mobiliários. Embora SBF esteja solto, sob pagamento de fiança, ele deverá ter uma audiência no próximo dia 3 de janeiro no Tribunal de Nova Iorque para uma audiência. Engana-se quem pensa que SBF sentará sozinho no banco dos réus, isso porque, a depender do que sair da boca do ex-bilionário e das possíveis provas apresentadas por ele, o ex-CEO da FTX poderá abrir uma espécie de caixa de pandora e causar um novo abalo no mercado cripto, a exemplo do crash provocado pelo colapso da exchange no início de novembro.
O clima e o Bitcoin
Como se já não bastasse uma guerra em andamento e a crise energética batendo à porta da Europa, o que deverá se agravar com a chegada do inverno, as grandes tempestades que varreram diversas localidades dos Estados Unidos e Canadá nos últimos dias acenderam o sinal de alerta nos mineradores de Bitcoin (BTC) que atuam na América do Norte. Isso porque as fazendas de mineração necessitam de fornecimento energético confiável, contínuo, e qualquer interrupção pode acarretar problemas sérios para a atividade. Portanto, os investidores de criptomoedas precisam ficar de olho nas possíveis consequências das nevascas e tempestades, porque esses fenômenos podem impactar o mercado cripto.
A Caixa preta da Binance
Na última semana, o CEO da Binance, Changpeng Zhao, o CZ, foi ao Twitter dizer que o FUD (medo, incerteza e dúvida) em torno da exchange é causado por fatores externos, não pela própria exchange. A manifestação do empresário pode ser considerada o capítulo mais recente da desconfiança de parte dos investidores da Binance nas últimas semanas, expressa por saques massivos a partir de uma espécie de bombardeio midiático relacionado a atividades suspeitas da plataforma. Na ofensiva contra a exchange, a Reuters diz que a Binance se recusa a dizer onde está sediada, tampouco divulga um balanço patrimonial detalhado, o que a exchange não é obrigado a fazer, pelo fato de não ser uma empresa pública. No início de dezembro a empresa de auditoria sul-africana Mazars Veritas afirmou que as reservas de BTC dos usuários na Binance estão totalmente garantidas, mas, dias depois, a Mazars removeu de seu site as provas de reserva (PoR) da Binance.
De olho no que pode acontecer no mercado cripto em 2023, o analista Guy Turner avaliou o possível fundo do poço do Bitcoin no ano novo e seis altcoins com chance de alta, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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