Apesar da morte de seu principal responsável nesta semana, a história da pirâmide de Bitcoin Rota 33, que deixou um desfalque de R$ 30 milhões, segue ganhando novas manchetes nas seções de notícias policiais do Brasil, agora com contornos ainda mais macabros.

Como noticiou o Cointelegraph Brasil, na última semana o corpo do dono da Rota 33, Thiago Troncoso, foi encontrado sem vida por sua esposa em um hotel em Santa Catarina. A suspeita da polícia é de suicídio.

Profanação do corpo

Segundo o UOL, Troncoso foi enterrado na cidade natal da esposa, Palmares Paulista, a 400 km de São Paulo-SP, no último sábado, 6 de fevereiro. Horas depois, um casal apareceu no mesmo cemitério com documentos falsificados e ordenou a exumação do corpo do empresário.

O Boletim de Ocorrência, registrado na quarta-feira (10), conta que o casal se apresentou dizendo ser membro do Judiciário para justificar a exumação:

"Um rapaz, num veículo Cruze, de cor branca, dizendo que era da Justiça, estando ele acompanhado de uma senhora loira, que estava num Citroen, de cor vermelha. O rapaz se identificou como sendo da Justiça e disse que teria que desenterrar Thiago para confirmar a identidade do cadáver e ver se não era um boneco"

Os detalhes posteriores são ainda mais macabros. Segundo o texto, "sem desconfiar de nada, o coveiro cumpriu a orientação e o corpo foi retirado da sepultura para, em seguida, o homem dar a ordem para que o funcionário do cemitério apertasse a bochecha do morto".

Além disso, enquanto a exumação era feita, a mulher começou a chutar os vasos do cemitério e a gritar palavrões, enquanto o homem tirava fotos do corpo em um smartphone. A dupla foi embora sem deixar documentos ou identificação. 

A prefeitura de Palmares Paulista se pronunciou sobre o caso:

"A Prefeitura Municipal de Palmares Paulista esclarece que não recebeu nenhuma ordem judicial para desenterro de corpo no Cemitério Euclides Rocha e por isso orientou o coveiro a registrar um Boletim de Ocorrência a respeito do ocorrido no sábado (06). Na ocasião, duas pessoas estiveram na residência do coveiro, apresentando-se como sendo da justiça e exigiram o desenterro, seguido de constatação de que o sepultado T.T. se tratava de um cadáver e não de 'um boneco' como descreveu o funcionário."

O histórico de violência envolvendo líderes de pirâmides de criptomoedas no Brasil já vem de alguns anos. A pirâmide D9 Trader, por exemplo, foi o gatilho para uma série de assassinatos no sul do Brasil em 2019.

Em janeiro de 2020, um homem armado chegou a invadir uma igreja no Rio Grande do Sul para cobrar um pastor que recomendou investimentos na Unick Forex.

A mesma Unick Forex levou um outro homem a fazer graves ameaças com armas e até um botijão de gás, prometendo explodi-lo diante da casa dos líderes da fraude bilionária se não fosse ressarcido.

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