O YouTube voltou a deletar canais de influenciadores de criptomoedas em 2025, reacendendo polêmicas sobre censura no setor. O documentarista brasileiro Rodrigo Digital, fundador do canal BitcoinBlockBrasil, um dos primeiros a documentar a chegada do Bitcoin em El Salvador, precisou acionar a Justiça duas vezes para recuperar seu canal.
Em abril, a plataforma excluiu novamente seu perfil sem aviso prévio. O canal, que já figurou entre os Top 42 do Cointelegraph Brasil, reúne documentários sobre Bitcoin, El Salvador e a revolução financeira dos ativos digitais.
Rodrigo Digital denunciou a situação em seu perfil no Twitter, mas não obteve respostas, tendo que acionar a justiça, por meio de advogados, para reverter a decisão. Esta não foi a primeira vez que Rodrigo enfrentou problemas. Em 2020, seu canal também foi excluído sem explicações, episódio amplamente repercutido na imprensa especializada. Na época, ele produzia conteúdos sobre a expansão do Bitcoin no Brasil e no exterior.
A lista de trabalhos inclui o documentário sobre a adoção do Bitcoin em El Salvador, um marco na história financeira global, e produções em Genebra, na Suíça, abordando a inovação cripto no país.
Além dele, outros criadores também sofreram bloqueios recentes. O canal EPATUBE, do personagem Vô EPA, voltado para notícias cripto, também teve sua conta apagada pelo YouTube este mês. O criador recorreu imediatamente às redes sociais e informou que estuda ingressar com ação judicial.
Censura no Brasil e no mundo
A perseguição do YouTube a canais cripto não é fenômeno novo nem restrito ao Brasil. Em 2019, a plataforma deletou centenas de vídeos relacionados a Bitcoin e blockchain, afetando criadores nos Estados Unidos, Europa e América Latina.
Entre os atingidos, estavam grandes nomes como Chris Dunn e Ivan on Tech, que também recorreram à Justiça e às plataformas alternativas de vídeo. Essas ações mostram que o setor ainda enfrenta resistências, mesmo com a crescente legitimidade dos ativos digitais.
Casos recentes revelam que influenciadores brasileiros estão se organizando para proteger seus direitos. Advogados especializados relatam aumento de 35% nas ações contra o YouTube desde o início de 2025, segundo informações obtidas nas redes sociais da "Me Recupera".
A expectativa é que a Justiça avance no reconhecimento de que contas digitais, principalmente de criadores de conteúdo profissional, representam patrimônio de valor econômico e cultural.