Apesar de sua enorme popularidade, o XRP permaneceu amplamente ausente da área das finanças descentralizadas (DeFi) devido às limitações técnicas do XRP Ledger (XRPL).
O XRPFi, um ecossistema DeFi centrado no XRP (XRP), busca reduzir esse gap. Ele aproveita a tecnologia de ponte e contratos inteligentes da Flare Network para trazer o XRP para o universo das finanças programáveis.
A Flare Network, uma blockchain layer 1 completa projetada para aplicações com uso intensivo de dados, atua como uma ponte essencial ao conectar ativos que não possuem contratos inteligentes, como o XRP, ao ecossistema DeFi.
No centro da infraestrutura da Flare está o FAssets, um sistema que cria representações totalmente colateralizadas desses ativos. Um exemplo notável é o FXRP, uma versão wrapped do XRP que permite aos detentores utilizarem seus XRP em protocolos DeFi dentro da rede da Flare.
Ao fazer staking de FXRP, os detentores recebem stXRP, um token de staking líquido que representa um direito sobre o FXRP em staking.
“Essa estrutura permite que os detentores de XRP liberem rendimentos de staking semelhantes aos nativos em um ativo que, de outra forma, não oferece suporte a staking, possibilitando renda passiva sem abrir mão da liquidez”, disse Max Luck, chefe de crescimento da Flare, ao Cointelegraph.
As instituições estão demonstrando interesse crescente no XRPFi: a plataforma de dinheiro digital Uphold, que detém mais de 1,8 bilhão de XRP, sinalizou planos de participar do ecossistema FAssets, enquanto a VivoPower, listada na Nasdaq, anunciou recentemente o aporte de US$ 100 milhões em XRP na Flare, destacando como grandes players estão validando e acelerando o avanço do XRPFi.
Com a capitalização de mercado do XRP superando US$ 130 bilhões, direcionar mesmo uma fração dessa liquidez para a DeFi poderia desbloquear uma nova fonte significativa de capital para todo o ecossistema. A tecnologia da Flare amplia a utilidade do XRP, incentivando uma maior participação tanto de investidores institucionais quanto de detentores de varejo.
Staking líquido está chegando ao ecossistema do XRP com o lançamento do stXRP
O staking líquido deve estrear no ecossistema do XRP com o lançamento do stXRP no protocolo Firelight, impulsionado pela Flare. Assim como o token de staking líquido stETH (stETH) para o ETH (ETH) em staking, oferecido por protocolos como o Lido, o Firelight permitirá que os usuários façam staking de FXRP e recebam stXRP, um token de staking líquido que pode ser utilizado no crescente ecossistema DeFi da Flare.
O processo funciona com o depósito de FXRP no Launch Vault do Firelight, que gera stXRP em uma proporção de 1:1. Esses tokens ERC-20 são totalmente transferíveis e podem ser utilizados em exchanges descentralizadas, mercados de empréstimos e outros protocolos DeFi que geram rendimento.
Importante destacar que o FXRP subjacente permanecerá em staking nas Secured Service Networks, que ajudam a proteger protocolos descentralizados em diversos ecossistemas e, potencialmente, oferecem recompensas aos usuários.
Como detentores de stXRP, os usuários também poderão ganhar Firelight Points, que podem influenciar distribuições futuras de recompensas. A longo prazo, essa dinâmica pode aumentar a componibilidade do stXRP dentro do ecossistema XRPFi, permitindo seu uso como colateral, liquidez ou ativo gerador de rendimento em uma ampla gama de aplicações DeFi.