O maior e mais notório hack de casas de câmbio Bitcoin passará por um escrutínio num tribunal de Tóquio nesta semana, já que Mark Karpeles da Mt.Gox é apresentado à lei para responder a acusações de desfalque e manipulação de dados.
"Ele mantém a calma enquanto o julgamento começa", disse seu advogado Kiichi Lino, afirmando também que Karpeles planeja se declarar inocente.
Curtindo a vida
Um total de 480 milhões de dólares foi retirado dos cofres digitais da então maior casa de câmbio de moeda digital do mundo. Cerca de até 80 por cento de todas as ações de Bitcoin vieram e foram embora pelas portas da Mt. Gox mas, em 2014, a casa de câmbio foi fechada depois de ter que admitir que 850 mil moedas foram perdidas.
No início, a explicação dada foi a de que havia um erro no software que permitiu aos hackers entrar na casa de câmbio e que os viu sair com milhões de dólares da base de usuários do Mt.Gox.
Karpeles, que no seu auge, estava curtindo a vida como chefe da casa de câmbio mais bem sucedida de Bitcoin, foi preso duas vezes em 2015 por desfalque, mas foi liberado sob fiança está aguardando julgamento desde então.
Karpeles era renomado por curtir a vida, ficando em uma cobertura de US$ 11.000 por mês e, segundo notícias, jogando dinheiro fora, inclusive em prostitutas.
Ficando quites
A Mt. Gox logo foi a bancarrota após este grande escândalo para tentar proteger-se de uma série de investidores e clientes irritados. O efeito dessa apropriação indevida de fundos deixou um enorme dano na confiança das moedas digitais e viu uma grande queda em seu preço.
Após a pressão e as demandas de retorno de fundos aos clientes, Karpeles veio a público e disse ter encontrado algumas das moedas desaparecidas em um dispositivo de armazenamento frio, 200.000 no total.
Não há justiça para todos
Infelizmente, o foco no julgamento não resolverá todos os problemas decorrentes do desaparecimento dos fundos, na verdade, ele fará muito pouco para ajudar as pessoas afetadas pelo desaparecimento.
Kolin Burges e um investidor da Grã-Bretanha que foi atingido pelo hack da Mt.Gox, admite que o julgamento é a coisa certa, mas provavelmente não aliviará aqueles que estavam no fundo do poço.
"As acusações cobrem apenas um subconjunto das questões que estavam ocorrendo na Mt. Gox, então, não espero que encontremos a maioria das informações que queremos saber".
"Eu não tive nenhum retorno ainda, mas espero que, finalmente, todos os credores obterão de volta uma pequena porcentagem de seu dinheiro da distribuição da massa falida", disse Burges.
Karpeles já tinha se envolvido em hackeamentos e manipulação de preços antes. Em 2010, depois de escrever em um blog sua aversão ao cibercrime, o CEO da Mt. Gox foi condenado em um tribunal de Paris a um ano de prisão a revelia por pirataria. Ele estava atualmente morando em Tóquio e envolvido com Bitcoin na época.