O Bitcoin (BTC) entrou em mais uma fase de forte pressão de mercado após perder o suporte de US$ 115 mil e recuar para a faixa de US$ 112 mil nesta terça-feira (19).
A maior criptomoeda do mundo acumula queda de quase 5% em relação ao recorde histórico de US$ 124.474 registrado na semana passada.
O movimento acendeu alerta entre investidores e analistas, que agora buscam entender se a correção será passageira ou se marca o início de uma tendência de baixa mais duradoura.
Apesar da instabilidade, empresas de tesouraria como Metaplanet e Strategy seguiram comprando o ativo durante a queda.
Apenas na segunda-feira, as duas adicionaram 1.185 BTC às suas reservas, mostrando confiança na valorização de longo prazo.
O movimento de compra institucional demonstra que, embora o sentimento de curto prazo esteja fragilizado, há participantes dispostos a ampliar exposição em níveis mais baixos de preço.
Além disso, a queda do Bitcoin ocorre em meio a incertezas políticas e econômicas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou estar organizando uma reunião trilateral com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, na tentativa de avançar em negociações de paz para a guerra na Ucrânia.
O encontro pode representar um ponto de virada no cenário internacional e influenciar a confiança dos investidores.
Se houver progresso real nessas conversas, o mercado tende a ganhar novo fôlego. A expectativa de estabilidade global costuma favorecer ativos de risco, e o Bitcoin, nesse contexto, pode ser beneficiado.
Porém, a falta de clareza sobre os termos do acordo ainda deixa os investidores cautelosos, o que se reflete em uma postura defensiva nos últimos dias.
Análises técnicas e sinais de fraqueza no Bitcoin
Do ponto de vista técnico, os gráficos mostram sinais de perda de momentum. O Índice de Força Relativa (RSI) caiu para 44 pontos, abaixo do nível neutro de 50, sugerindo que a pressão vendedora segue predominante. Além disso, o indicador MACD registrou um cruzamento de baixa no domingo, emitindo um claro sinal de venda.
Analistas da QCP Capital destacam que o comércio lateral deve predominar nos próximos dias, com compradores surgindo na região de US$ 112 mil e vendedores reaparecendo perto de US$ 120 mil. Esse movimento pode se estender até sexta-feira, quando o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deve discursar e oferecer pistas sobre a política monetária dos EUA.
Dados da CryptoQuant mostram que os investidores de longo prazo (LTHs) ainda estão registrando ganhos, embora em ritmo mais moderado do que em ciclos anteriores. Isso indica que, mesmo com a correção, o mercado permanece em patamares próximos de suas máximas históricas. A pressão de venda, por enquanto, parece controlada.
Por outro lado, dados da SoSoValue revelaram uma saída líquida de US$ 121,81 milhões de ETFs de Bitcoin Spot na segunda-feira, sinalizando que parte do capital institucional está recuando. Essa tendência preocupa porque, se intensificada, pode provocar novas quedas de preço e dificultar uma recuperação rápida.
O momento do Bitcoin lembra correções vistas em ciclos anteriores, cerca de 480 dias após o halving, segundo análise da CryptoQuant. Historicamente, períodos de fraqueza como o atual se estenderam por duas a quatro semanas antes de uma nova aceleração. Se o padrão se repetir, a recuperação pode ocorrer entre o fim de setembro e o início de outubro.