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Walter BarrosWalter Barros

Quer lucrar 100.000% com criptomoeda de inteligência artificial? Especialista diz que IA vai ‘flopar’ no curto prazo

Para o jornalista e consultor em projetos de jornalismo digital Guilherme Ravache, IA vive ‘momento iPhone’, mas frustração com a tecnologia é inevitável, por enquanto.

Quer lucrar 100.000% com criptomoeda de inteligência artificial? Especialista diz que IA vai ‘flopar’ no curto prazo
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No hype do aplicativo de mensagens baseado em inteligência artificial (IA) generativa ChatGPT, 10 criptomoedas relacionadas a projetos envolvendo esta tecnologia disruptiva apresentaram alta que chegaram a 5.258% nos primeiros 30 dias de 2023 e continuam no radar de boa parte dos investidores de criptomoedas em razão do avanço da IA. Prova disso é que as ações do conglomerado dono do Google Alphabet dispararam há alguns dias com o anúncio da incorporação da tecnologia ao aplicativo de buscas.
Por outro lado, é bom os investidores de criptomoedas mais ávidos pela volatilidade e as explosões de preços ficarem atentos, porque o futuro dos projetos envolvendo IA pode não ser tão grandioso quanto parece, ou sim.
Apesar de a IA continuar no cerne dos debates entre benefícios mercadológicos e seus eventuais efeitos colaterais para a humanidade, já que a tecnologia também é vista como uma espécie de “Jurassic Park” do mundo contemporâneo ao representar a criação de possíveis “dinossauros digitais devoradores de gente”, a ascensão da tecnologia, passado o frenesi, pode seguir ladeira abaixo, como o metaverso, a própria blockchain e outras tecnologias disruptivas ao longo da história.
Essa é a avaliação do jornalista e consultor em projetos de jornalismo digital Guilherme Ravache, em artigo publicado pelo Valor na última quinta-feira (18). Segundo ele, o ChatGPT popularizou a IA, movimento semelhante ao iniciado pelo iPhone no passado. Mas a tecnologia também está fadada às mesmas barreiras impostas ao metaverso, blockchain e cia.
O especialista associa o hype da IA à pouca contribuição das inovações tecnológicas ao aumento de produtividade, a exemplo do que ocorreu na década de 1980, quando a produtividade estava estagnada apesar da presença da computação. Em outras palavras, Ravache diz que as tecnologias podem representar “muita fumaça para pouco fogo” se comparadas a outras invenções, como a máquina a vapor. 
Ao elencar outra hipótese para a “flopagem” das tecnologias disruptivas em relação  às expectativas que elas despertam, ele acrescentou que a disrupção precisa de tempo para amadurecer. Foi o que aconteceu com as estações geradoras de eletricidade  criadas em 1881 por Thomas Edison, que, apesar da adesão imediata de algumas fábricas, representavam menos de 5% da força motriz mecânica das fábricas em 1900, quando a era do vapor ainda perdurava por causa do elevado custo que a nova tecnologia representava. 
A exemplo da eletricidade e do iPhone, o especialista conclui dizendo que a IA, blockchain e metaverso precisarão de tempo para amadurecer, mas adverte que é um erro dizer que as tecnologias não têm potencial por causa dos resultados de curto prazo.
Por falar em iPhone, a Apple acaba de proibir o uso do ChatGPT por funcionários temendo vazamento de dados, conforme noticiou o Cointelegraph.