Os venezuelanos negociaram mais bolívares por Bitcoin (BTC) do que nunca na semana passada, mas as estatísticas dizem mais sobre fiduciário do que criptomoeda.

Outro recorde de volumes de Bitcoin para a Venezuela

Dados da Coin Dance, que monitora a atividade de negociação nas exchanges P2P Localbitcoins, Paxful e Bisq, confirmaram que o período de sete dias encerrado em 20 de julho foi o maior já registrado na Venezuela.

Durante esse período, os usuários do Localbitcoins geraram volumes de mais de 57 bilhões de bolívares, superando a maior alta histórica de 49 bilhões, registrada na semana anterior.

Como o Cointelegraph informou, a moeda da Venezuela continua sofrendo com a inflação descontrolada, que se estima que chegou a 10.000.000%, levando os cidadãos a recorrer a meios alternativos de armazenamento de valor.

A alternativa oficial do país, a moeda digital estatal Petro, foi declarada um fracasso por uma organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos neste mês.

Mas há aí uma pegadinha

No entanto, como a contagem de bolívar no Localbitcoins continua crescendo, em termos de Bitcoin, o número está caindo. O valor de 57 bilhões na semana passada equivale a apenas 574 BTC - consideravelmente menos do que em algumas semanas anteriores no início deste ano.

Para piorar o enfraquecimento do bolívar, o comércio de criptomoedas na Venezuela não é apoiado pelo governo, que também impõe embargos à moeda estrangeira.

No começo deste ano, o revezamento de transações Lightning Torch arrecadou 0,4 BTC (US$ 4 mil) em fundos entre usuários de Bitcoin para venezuelanos incapazes de escapar do país.