Um dólar dos Estados Unidos é igual a mais de três milhões e seiscentos mil bolívares da Venezuela (3.613.989,00). Essa é a cotação registrada nesta quarta-feira (21). A grande desvalorização da moeda venezuelana tem causado um efeito peculiar, a dolarização informal do país, onde muitos cidadãos preferem fazer tudo em dólar.
Desde 2017, a Venezuela vive um processo de hiperinflação, que fez com que a moeda local perdesse quase todo seu valor. A alta quase incontrolável de preços tem servido para outro fenômeno, a adoção de moedas digitais por boa parte da população para tentar garantir estabilidade monetária.
Poucos anos atrás, a Venezuela foi pioneira no assunto, ao lançar o Petro, a primeira criptomoeda estatal do mundo. Apesar de ser digital, é lastreada no petróleo do país, por isso, permanece sob controle do governo e o cenário econômico não mudou.
Por isso, a busca por uma alternativa disruptiva tem servido cada vez mais para que as criptomoedas continuem ganhando terreno e se popularizando.
O gráfico a seguir, do site Coin Dance, mostra que o volume de compra de Bitcoin (BTC) na Venezuela tem se mantido em alta há mais de seis meses. Ou seja, mesmo com a queda recente do Bitcoin, a adoção permanece em alta.
Para ser mais exato, na última semana houve um volume de negociação de Bitcoin que ultrapassou os 7 trilhões de bolívares (7.286.135.748.684), o equivalente a mais de 2 milhões de dólares (2.016.092,40), na cotação desta quarta-feira (21).
Esse tem sido um exemplo para os venezuelanos de que, mesmo com a volatilidade do BTC, a maior criptomoeda por valor de mercado ainda pode ser mais segura do que a moeda local.
Mas países como o Brasil preferem investir em outros ativos para se proteger de crises do mercado, como o ouro. O Cointelegraph publicou nesta terça-feira (20) que o Banco Central do Brasil comprou 42 toneladas de ouro, aumentando as reservas internacionais do metal em mais de 50% em um único mês.
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