As empresas de capital de risco (VCs) despejaram US$ 14,2 bilhões nas criptomoedas através de 725 negócios no primeiro semestre de 2022, mas a empresa de contabilidade KPMG prevê que os investimentos provavelmente diminuirão no restante do ano.

De acordo com um relatório recém-lançado da KPMG na terça-feira, os maiores investimentos no primeiro semestre de 2022 vieram da plataforma de negociação de criptomoedas com sede na Alemanha Trade Republic (US$ 1,1 bilhão), da plataforma de custódia de ativos digitais Fireblocks (US$ 550 milhões), exchange de criptomoedas FTX (US$ 500 milhões) e a empresa de software de Ethereum, ConsenSys (US$ 450 milhões).

Os autores do relatório, incluindo o líder global de fintech da KPMG, Anton Ruddenklau, observaram que os números de investimento apenas no primeiro semestre de 2022 já eram mais que o dobro em todos os anos anteriores a 2021, o que “destaca a crescente maturidade do espaço e a amplitude de tecnologias e soluções que atraem investimentos”.

No entanto, Ruddenklau disse que o excesso de investimento durante o recorde de 2021 e o primeiro semestre de 2022, juntamente com uma possível recessão iminente, aumento da inflação, taxas de juros e o conflito Rússia-Ucrânia, traria uma queda no investimento este ano.

A previsão da KPMG para uma desaceleração do investimento em criptomoedas parece já ser confirmada em dados de julho, com entradas mensais no mercado de capital de risco blockchain caindo 43% no mês, de acordo com o Cointelegraph Research.

Ruddenklau espera que a desaceleração do interesse e investimento em criptomoedas seja particularmente sentida em empresas de varejo que oferecem moedas, tokens e tokens não fungíveis (NFTs).

Alexandre Stachtchenko, diretor de blockchain e criptoativos da KPMG France, afirmou no relatório que “empresas de criptomoedas bem administradas com políticas saudáveis ​​de gerenciamento de riscos, visão de longo prazo e forte abordagem de gerenciamento de custos e riscos” se posicionarão melhor para sobreviver à crise do mercado de baixa atual:

“É claro que algumas criptomoedas vão desaparecer – principalmente aquelas que não têm propostas de valor claras e fortes. Isso pode ser bastante saudável do ponto de vista do ecossistema, porque limpará parte da bagunça que foi criada na euforia de um mercado em alta. As melhores empresas serão as que sobreviverem.”

Stachtchenko acrescentou que as instituições financeiras estão cada vez mais interessadas em soluções de infraestrutura blockchain e stablecoins para capitalizar as vantagens operacionais da tecnologia de contabilidade distribuída.

A KPMG também espera mais esforços de investimento em mercados de fintech subdesenvolvidos, particularmente na África.

Esforços nessa frente foram feitos pela exchange de criptomoedas Binance, que recentemente iniciou negociações com o governo nigeriano para construir uma zona econômica amigável às criptomoedas com o objetivo de gerar crescimento econômico de longo prazo por meio da inovação digital.

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