As autoridades dos Estados Unidos apreenderam 145 domínios e uma quantia não revelada em criptomoedas vinculadas ao BidenCash, um marketplace da dark web acusado de traficar milhões de cartões de crédito roubados e dados pessoais.

A ação, anunciada em 5 de junho pela Procuradoria do Distrito Leste da Virgínia, ocorreu após uma operação autorizada por um tribunal que teve como alvo a infraestrutura e os fluxos financeiros da plataforma. Os domínios apreendidos agora redirecionam para um servidor controlado pelas autoridades.

Lançado em março de 2022, o BidenCash cresceu para mais de 117.000 usuários e facilitou a venda de mais de 15 milhões de números de cartões de pagamento roubados e outras informações pessoais identificáveis. A plataforma gerou mais de US$ 17 milhões em receita durante sua operação, segundo autoridades norte-americanas.

O marketplace da dark web também vendia credenciais de login comprometidas para acessos não autorizados a computadores. Entre outubro de 2022 e fevereiro de 2023, o site distribuiu gratuitamente 3,3 milhões de registros de cartões de crédito roubados, tática usada para promover seus serviços entre cibercriminosos e atrair novos usuários.

Domínio do BidenCash redirecionado para servidor controlado por autoridades. Fonte: FBI

EUA obtêm autorização judicial para apreender criptomoedas

Os EUA também conseguiram autorização judicial para apreender fundos em criptomoedas vinculados às atividades ilegais do BidenCash, embora as autoridades não tenham divulgado o valor apreendido.

O caso foi liderado pelo Escritório de Frankfurt do Serviço Secreto dos EUA, pela Seção de Investigação Cibernética da agência e pelo Escritório do FBI em Albuquerque. A investigação faz parte de um esforço mais amplo do governo dos EUA para combater redes criminosas que operam com criptomoedas na dark web.

A apreensão do BidenCash se soma a uma lista crescente de ações de repressão. Em maio, a Operação RapTor desmantelou várias plataformas de tráfico de drogas na dark web, resultando em 270 prisões em 10 países e na apreensão de US$ 200 milhões em ativos, incluindo grandes quantias em criptomoedas.

EUA sancionam endereços cripto ligados ao mercado da dark web Nemesis

Em março, as autoridades norte-americanas sancionaram o operador do marketplace da dark web Nemesis, já desativado, que era usado para facilitar a venda de drogas, documentos de identidade falsos, recursos profissionais de invasão e outros serviços ilícitos para cibercriminosos.

Os bens sancionados incluíam 44 endereços de Bitcoin (BTC) e cinco de Monero (XMR), que, entre julho de 2022 e março de 2024, receberam mais de US$ 850 mil.

Em 2024, marketplaces da dark web geraram mais de US$ 1,7 bilhão em receita, um leve aumento em relação ao ano anterior, segundo o Crypto Crime Report 2025 da empresa de inteligência blockchain TRM Labs.

O relatório observou que os mercados da dark web em língua russa continuam dominando o ecossistema, principalmente devido ao “baixo risco de ações de fiscalização” por parte das autoridades russas.