A cúpula global do Reino Unido sobre segurança de inteligência artificial (IA), intitulada AI Safety Summit, foi concluída em 2 de novembro com um bate-papo entre o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, e o bilionário Elon Musk. 

Musk foi um dos muitos nomes importantes que participaram da cúpula, incluindo os chefes da OpenAI, Meta, Google e sua divisão de IA DeepMind, além de líderes de 27 países. A conversa de quase uma hora de Musk com Sunak foi um dos principais eventos do segundo dia.

Discussão sobre IA com @RishiSunak

— Elon Musk (@elonmusk)

A conversa abordou temas diversos, desde os riscos da IA até a China, e começou com Elon Musk comparando a tecnologia emergente a um "gênio mágico."

"É um pouco como o problema do gênio mágico. Se você tem um gênio mágico que pode atender a todos os seus desejos, geralmente essas histórias não terminam bem. Cuidado com o que você deseja."

Ambos mencionaram que esses bots inteligentes precisam de um "interruptor de desligamento" físico e traçaram paralelos com filmes de ficção científica como O Exterminador do Futuro. "Todos esses filmes com o mesmo enredo terminam fundamentalmente com a pessoa desligando-o", disse Sunak.

Musk comentou:

"Isso é bom e ruim. Um dos desafios do futuro será: como encontrar sentido na vida se você tem um gênio mágico que pode fazer tudo o que você quiser?"

Isso foi levantado depois que governos e empresas de IA chegaram a um acordo para submeter novos modelos a testes oficiais antes de seu lançamento público, o que Sunak qualificou como um "acordo histórico."

Quando perguntado sobre o impacto da IA no mercado de trabalho, Musk disse que se trata "força mais disruptiva da história" e disse que a tecnologia será mais inteligente do que o ser humano mais inteligente. 

"Chegará um ponto em que nenhum emprego será necessário. Você pode ter um emprego se quiser ter um emprego para satisfação pessoal, mas a IA será capaz de fazer tudo."

"Não sei se isso deixa as pessoas mais confortáveis ou desconfortáveis", concluiu Musk.

Além disso, Musk comentou sobre a inclusão da China na cúpula, dizendo que a presença do gigante oriental era "essencial." "Se eles não participam, [o evento] é inútil", disse ele.

"Se os Estados Unidos, o Reino Unido e a China estiverem alinhados em relação à segurança [de sistemas de IA}, isso será bom, pois é aí que está a liderança em geral."

Recentemente, os EUA e a China tem travado uma batalha para desenvolver e implantar os sistemas de IA mais avançados do mundo.

Quando Sunak perguntou a Musk o que ele acredita que os governos deveriam estar fazendo para mitigar os riscos, Musk respondeu:

"Em geral, acho que é bom que o governo desempenhe um papel quando a segurança pública está em risco; para a grande maioria dos softwares, a segurança pública não está em risco. Mas quando falamos de superinteligência digital, que de fato representa um risco para a população, então o governo tem um papel a desempenhar para proteger as pessoas."

Ele disse que, embora existam pessoas no Vale do Silício que acreditem que a inovação será esmagada e desacelerada pela regulação governamental, Musk garantiu que as diretrizes serão "incômodas", mas ter o que ele chamou de "árbitro" será uma coisa boa. 

"O governo deve ser um árbitro para garantir que a conduta esportiva e a segurança pública sejam respeitadas porque, às vezes, acho que há muito otimismo em relação à tecnologia."

Desde o rápido avanço da IA no final do ano passado, os governos de todo o mundo estão correndo para encontrar soluções adequadas para regulamentar a tecnologia. 

Musk publicou no X (antigo Twitter) em 3 de novembro, que a "xAI" lançará sua primeira IA para um "grupo seleto" de usuários. Ele afirmou que, em alguns aspectos "importantes", ela poderia ser a "melhor" entre aquelas atualmente no mercado.

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