Durante um evento promovido nesta semana pela unidade da BlackRock no Brasil, Cristiano Castro, diretor da empresa no país, destacou que o mercado cripto tem mostrado força ao longo dos anos, independente de qual governante está no poder.
A declaração de Castro foi uma resposta a uma pergunta do Cointelegraph Brasil sobre como a eleição de Kamala Harris ou Donald Trump poderia impactar o mercado de criptoativos no mundo e, consequentemente, a adoção dos ETFs criptos nos EUA.
"Quanto à possível eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e seu impacto na adoção de criptoativos, é difícil prever com certeza. Trump tem defendido um mercado de criptoativos mais aberto, o que poderia potencialmente influenciar a adoção.
No entanto, o mercado de criptoativos tem mostrado resiliência e autonomia, independentemente das mudanças políticas. Em geral, o setor tem avançado por conta própria, independentemente de quem está no poder. Portanto, embora as políticas possam ter algum impacto, o mercado de criptoativos tende a seguir seu próprio caminho", disse.
Durante o evento, Castro também revelou que 63% das pessoas que compraram pela primeira vez cripto através do iShares estavam fazendo seu primeiro investimento com a BlackRock.
"Isso é um dado muito poderoso, pois mostra que estamos trazendo um número significativo de novos investidores, que estão tendo sua primeira experiência com a BlackRock. Este é um instrumento ainda muito voltado para a pessoa física, que busca uma alternativa mais segura em comparação a ter uma wallet própria, preferindo centralizar seus investimentos em uma única plataforma, onde se sente mais confortável gerenciando toda a sua vida financeira dentro do mercado de capitais", destacou.
Outro ponto importante, segundo o executivo, é que, embora haja outros players globais entrando no mercado cripto, o número de clientes institucionais ainda é relativamente baixo.
"Isso se deve, em grande parte, ao fato de que clientes institucionais precisam passar por processos de aprovação complexos, como a inclusão desses produtos nos seus mandatos, o que naturalmente leva mais tempo. O investidor institucional tende a ser um "late adopter", levando um tempo maior para incorporar essas novas opções de investimento, pois precisa de um caso sólido aprovado por comitê", disse.
O executivo da BlackRock destacou também que diferentemente de um ativo normal, onde, durante um IPO, há níveis de liquidez primária e secundária, no caso dos ETFs, segundo ele, se houver maior demanda ao longo do tempo, é possível gerar mais cotas.
"O ETF permite alocar inscrições de cotas, onde você adquire o ativo subjacente, monta a cesta e entrega ao investidor, oferecendo assim uma flexibilidade maior", revelou.
ETF de Ethereum no Brasil
O evento promovido pela BlackRock teve como objetivo anunciar o lançamento de seu ETF spot de Ethereum, o iShares Ethereum Trust (ETHA), no Brasil. Assim como realizado com o ETF spot de Bitcoin, o produto está sendo comercializado como BDR em parceria com a B3.
O ETF foi listado na B3 com o ticker ETHA39 e está disponível para investidores qualificados e de varejo. Em termos de conversão, quatro BDRs de ETFs no exterior equivalerão a três BDRs de ETFs aqui no Brasil, oferecendo uma proporcionalidade justa.
"A BlackRock, ao longo do tempo, percebeu que, dada a crescente demanda dos clientes, era necessário institucionalizar as questões digitais em escala global. Este ano foi particularmente importante para nós, começando em janeiro com o lançamento do IBIT39, junto com o BDF aqui no Brasil. Esse ETF registrou o crescimento mais rápido na história dos ETFs, alcançando resultados expressivos em um curto período de três meses", destacou Castro sobre o lançamento.