A World Liberty Financial afirma que não vendeu nenhum de seus tokens WLFI, em meio a rumores de que o projeto de finanças descentralizadas (DeFi) estaria buscando trocas de tokens com diversos projetos blockchain cujos tokens adquiriu nos últimos meses.
De acordo com uma publicação nas redes sociais em 3 de fevereiro, a World Liberty disse que reorganiza rotineiramente seus holdings de criptomoedas como parte de sua estratégia de gestão de tesouraria.
"Para deixar claro, não estamos vendendo tokens — estamos simplesmente realocando ativos para fins comerciais ordinários", dizia a publicação.
Fonte: World Liberty Financial
A World Liberty Financial, que tem ligação com a família do presidente dos EUA, Donald Trump, emitiu o comunicado menos de duas horas após o Blockworks reportar que a empresa estaria buscando trocas de tokens com diversos projetos cripto.
Citando fontes anônimas, o relatório afirma que a World Liberty estaria tentando vender pelo menos US$ 10 milhões em tokens WLFI ainda não lançados, em troca da compra do mesmo valor na criptomoeda nativa desses projetos. Segundo o relatório, a venda incluiria uma taxa de 10%.
Presumivelmente, a World Liberty entrou em contato com projetos cujos tokens já havia adquirido, incluindo Ether (ETH), USD Coin (USDC), Chainlink (LINK), Aave (AAVE), Tron (TRX) e Uniswap (UNI), entre outros.
Dados on-chain mostram que a World Liberty Financial atualmente detém US$ 373 milhões em criptomoedas, sendo as maiores participações em ETH e Wrapped Bitcoin (WBTC). Conforme noticiado pelo Cointelegraph, a compra mais recente da World Liberty ocorreu na última semana de janeiro, quando adquiriu US$ 10 milhões em ETH.
Os atuais holdings de criptomoedas da World Liberty Financial. Fonte: Arkham
O Cointelegraph entrou em contato com vários projetos para confirmar se receberam uma oferta de troca de tokens da World Liberty Financial. Um dos projetos confirmou que não recebeu nenhuma proposta desse tipo.
“Alta demanda” pelos tokens WLFI
A família Trump lançou a World Liberty Financial antes da eleição presidencial de novembro. Uma vez totalmente operacional, a plataforma permitirá que detentores de criptomoedas ganhem juros por meio de diversos protocolos DeFi e tomem empréstimos usando seus ativos como garantia.
Até 20 de janeiro, o projeto afirmou ter atingido sua meta de vender 20% do fornecimento total de tokens, acrescentando que planeja vender mais 5% dos tokens restantes devido à “demanda massiva e interesse esmagador”.
Com um fornecimento total de 100 bilhões de WLFI, a World Liberty reservou 25 bilhões de tokens para venda. A venda inicial de 20 bilhões de tokens arrecadou US$ 300 milhões, com cada token sendo vendido por US$ 0,015.
O fundador da Tron, Justin Sun, surgiu como o maior comprador de WLFI após adquirir US$ 30 milhões em tokens em novembro. Em janeiro, Sun afirmou que estava investindo mais US$ 45 milhões no projeto.
Apesar do sucesso nas vendas, a World Liberty enfrentou críticas, incluindo do ex-diretor de comunicação da Casa Branca de Trump, Anthony Scaramucci, que classificou o projeto como uma “fraude oportunista que ameaça prejudicar” a indústria legítima de criptomoedas.
O investidor bilionário Mark Cuban também criticou o lançamento do projeto, chamando-o de um ato de “desespero” por parte de Trump e acrescentando que não viu nada de “inovador ou valioso” nele.