A expectativa pela chegada do halving do Bitcoin em 2020 e o começo promissor da criptomoeda neste ano, com ascensão próxima de 40%, deixam os investidores otimistas para o comportamento do mercado neste ano.

Previsto para maio de 2020, o halving é um evento importante para o Bitcoin, cortando pela metade o ritmo de produção e as recompensas de mineradores da criptomoeda. Muitos especialistas baseiam-se no comportamento da criptomoeda nos últimos dois halvings, em 2016 e 2012, para apostar em nova alta para a maior criptomoeda.

Além do simples corte no suprimento e na recompensa, outros fatores também devem aumentar a pressão sobre os preços do criptoativo, que apesar da alta volatilidade teve um crescimento sustentado em sua trajetória, anotando mínimas anuais sempre maiores que o ano anterior em 10 dos 11 anos de sua existência, como lembrou o gestor do fundo de criptomoedas brasileiro da BLP Asset, Alexandre Vahasarhelyi, em entrevista ao Cointelegraph Brasil.

"O que a gente vê é muita oscilação, mas uma coisa importante que a gente sempre lembra é que em 11 anos do Bitcoin 10 vezes a gente teve a mínima anual maior do que no ano anterior. Só teve um ano que a mínima foi menor que a do ano anterior, isso, quando você tira o ruído, pega o pior momento do ano, e você mostra uma tendência."

Mas há outros fatores em jogo neste ano que podem impulsionar os preços do Bitcoin para além do impacto do halving. Vamos a eles.

Adoção para pagamentos

Se em 2019 as empresas no Brasil e no mundo testaram o uso de criptomoedas para pagamentos e fundos de investimento regulados, a expectativa do mercado é que estes setores de consolidação e ampliação da adoção, especialmente com um panorama de alta no curto e no médio prazo. A maior adoção, combinada com corte no suprimento, deve pressionar os preços para a alta.

Além disso, a Lightning Network deve oferecer avanços significativos para os pagamentos em Bitcoin, permitindo transações em menos tempo, mais segurança e a menor custo.

Players institucionais

Como lembrou o colunista Lorenzo Frazzon, do Money Times, o avanço do projeto Libra do Facebook - e sua necessária aprovação regulatória - devem gerar grande impacto no mercado, especialmente para o Bitcoin.

A stablecoin baseada em uma cesta de ativos tem planos para lançamento neste ano, e se bem sucedida pode abrir as portas para outros grandes players e big techs no mercado cripto. Além do Facebook, o Telegram também tenta resolver questões legais para lançar a criptomoeda TON.

Há também a expectativa para a aprovação do ETF de Bitcoin pela SEC dos Estados Unidos, que segue avaliando propostas para aprovação.

E finalmente, a moeda digital de banco central da China deve também causar grande impacto na economia global - e consequentemente para o mercado de criptomoedas.

Regulamentação

Com maior adoção de criptomoedas pela população e entidade, a regulação terá um espaço importante para o mercado em 2020. No Brasil, os debates na Câmara dos Deputados para a regulação das criptomoedas devem prosseguir, mas não há expectativa clara sobre um prazo para a apresentação do Projeto de Lei.

Além do Brasil, países da Europa, da América do Norte e da Ásia seguem debatendo uma forma de regular o mercado sem desestimular a inovação. A expectativa também é que outros fundos de criptomoedas regulados ganhem o mercado financeiro.