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Rafael FerreiraRafael Ferreira

Transações com Monero não podem ser rastreadas' afirma Europol

O Centro Europeu de Cibercrime da Europol falou sobre os riscos que ativos digitais focados na privacidade podem trazer para autoridades investigativas

Transações com Monero não podem ser rastreadas' afirma Europol
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Uma recente declaração pública feita pelo Centro Europeu de Cibercrime (EC3) - parte da Europol - reafirmou a principal característica da criptomoeda Monero (XMR): privacidade.

A rede Bitcoin é mantida utilizando um livro de registro descentralizado aberto (conhecido como blockchain), onde todas as transações podem ser rastreadas. Mas, desde a sua criação, surgiram novas criptomoedas que possuem foco na privacidade, tornando quase impossível rastrear as movimentações dos fundos.

Governos e órgãos internacionais em todo o mundo continuam a estudar cautelosamente este tipo de ativo digital como o Monero, Dash ou Zcash. 

O analista de estratégia da EC3, Jerek Jakubcek, falou sobre moedas de privacidade durante um webinar da Blockchain Alliance e afirmou que a Europol acompanha de perto o desenvolvimento desses ativos digitais. 

Jakubcek destacou a dificuldade em rastrear e analisar as transações da criptomoeda Monero. Citando investigações anteriores, o analista afirmou que os suspeitos estão usando uma combinação de Tor e Monero para ocultar seus endereços IP e remover qualquer vestígio do histórico de transações. 

O analista da EUROPOL acrescentou:

"O que aconteceu no blockchain do Bitcoin era visível e é por isso que conseguimos chegar razoavelmente longe. Mas com a blockchain Monero, foi aí que nossa investigação terminou. Este é um exemplo clássico de um dos vários casos em que os suspeitos decidiram transferir fundos do Bitcoin ou Ethereum para Monero.”

Segundo Justin Ehrenhofer, um dos membros da comunidade Monero, a privacidade do ativo digital não é perfeita, mas o Monero oferece proteções de privacidade muito fortes para todos os usuários.


Não é a primeira vez que a Agência da União Européia para a Cooperação Policial (Europol) se envolve com criptomoedas. Recentemente, o órgão organizou uma conferência para especialistas em criptomoedas para fortalecer a cooperação entre as agências policiais e o setor privado. 

Apesar de a declaração de Jakubcek reafirmar as possibilidades de privacidade da Monero, também destaca o que pode ser um futuro difícil para a moeda centrada na privacidade. 

Alguns membros da comunidade de criptomoedas acreditam que o futuro do mercado deste tipo de ativo digital pode estar ameaçado por novas regulamentações de órgãos internacionais. 

Como mostrou o Cointelegraph, nos últimos meses, uma série de exchanges de criptomoedas sul-coreanas excluíram Monero e outras moedas de privacidade citando a regra de viagens do FATF (Financial Action Task Force). 

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