O preço do Bitcoin (BTC) vem suquebrando recordes de preço sucessivamente há 15 dias, enquanto o Ethereum (ETH) permanece estagnado em torno de US$ 3.000, 35% abaixo de suas máximas históricas. A maior criptomoeda do mercado acumula ganhos de 45,7% em 30 dias, mas o desempenho do ETH se limita a 19,6% no mesmo período.
No entanto, essa tendência pode estar se aproximando do fim, segundo Ali Martinez, especialista em análise técnica e dados on-chain que antecipou o rali de 100% do Dogecoin (DOGE) após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA.
“Todo ciclo de mercado passa por uma fase em que o Ethereum supera o Bitcoin", afirmou Martinez em uma thread publicada no X. “Isso ainda não aconteceu no ciclo atual, mas certamente está no horizonte.”
Martinez atribui o potencial de alta do Ether a três fatores: os ETFs de Ethereum entraram em território positivo recentemente, com os aportes superando os saques pela primeira vez desde a listagem desses produtos de investimento nos EUA; a atividade das baleias; e o índice MVRV (valor de mercado por valor realizado).
“Os ETFs Spot de Ethereum passaram por uma mudança substancial nas últimas duas semanas, com o total acumulado de entradas líquidas chegando a mais de US$ 147 milhões", escreveu Martinez no X em uma postagem de 19 de novembro.
Embora a tendência tenha esfriado nesta semana, o total de ativos sob gestão permaneceu estável, de acordo com dados do CoinMarketCap. Segundo Martinez, há um claro sinal de que a fase de distribuição impulsionada pelos resgates do ETF de ETH da Grayscale (ETHE) está se convertendo em um momento de acumulação.
Em outra postagem, Martinez observa que “as baleias do Ethereum compraram mais de 430.000 $ETH nas últimas duas semanas, o equivalente a mais de US$ 1,40 bilhão.”
O impacto limitado sobre o preço reforça o potencial de alta do ETH, segundo o analista. Martinez justifica essa afirmação com base no MVRV do Ethereum:
“Historicamente, quando o MVRV do ETH cruza sua média móvel de 180 dias, isso sinaliza um período de desempenho superior para o Ethereum. Embora os preços tenham subido de US$ 2.400 para US$ 3.000 recentemente, esse cruzamento ainda não aconteceu, o que sugere que pode haver mais alta à frente.”
Gráfico anotado MVRV do Ethereum. Fonte: Glassnode/@ali_charts
O MVRV é um indicador que aponta se um ativo está sobrevalorizado ou subvalorizado em relação ao seu histórico de transações. O índice é calculado com base na razão entre o valor de mercado e o valor realizado do ativo.
O valor de mercado é calculado multiplicando o preço do ativo pelo suprimento circulante, enquanto o valor realizado representa o valor total das moedas em circulação, considerando o preço em que cada moeda foi comprada pela última vez.
Previsão de preço do Ethereum
Baseado em indicadores de análise técnica, Martinez projeta um potencial de alta do ETH entre 29% e 100%:
“A formação de um canal paralelo ascendente sugere que o ETH testará os limites médio e superior, situados em US$ 4.000 e US$ 6.000, respectivamente.”
O analista acrescenta que a forte correlação apresentada entre o preço do Ethereum e o S&P 500 recentemente dá margem a mais otimismo. Caso o principal índice de ações dos EUA reverta suas perdas recentes e ganhe terreno, o preço do ETH poderia chegar a US$ 10.000.
Gráficos semanais ETH/USD - S&P 500/USD. Fonte: TradingView/@ali_charts
Martinez conclui sua análise alertando que sua tese seria invalidada caso o preço do Ethereum perca dois níveis de suporte fundamentais:
“O primeiro está na região de US$ 3.000, onde 2,82 milhões de endereços compraram mais de 6,14 milhões de $ETH. O segundo é o limite inferior do canal, em US$ 2.400.”
Vale ressaltar que o eventual desempenho superior do Ethereum em relação ao Bitcoin daqui para frente não garante que os ganhos do ETH superem os do Bitcoin desde as mínimas de novembro de 2022.
O preço do Bitcoin valorizou 525% desde então, enquanto o ETH subiu 188%. Por sua vez, recentemente o par ETH/BTC quebrou um nível de suporte que vigorava há oito anos, abrindo possibilidade para mais perdas no curto prazo.
Segundo Yashu Gola, analista do Cointelegraph, o par ainda pode desvalorizar mais 50% devido à formação de um padrão de baixa de copo e alça invertidos.