Em uma semana em que os prejuízos predominaram no mercado de criptomoedas, o grande destaque em termos de rentabilidade coube ao CORE, o token nativo de uma rede alternativa de camada 1 compatível tanto com a rede do Bitcoin quanto com a Ethereum Virtual Machine (EVM).

Performance de preço do CORE nos últimos sete dias. Fonte: CoinMarketCap

Com ganhos acumulados de 140% nos últimos sete dias, de acordo com dados do CoinMarketCap, o token da Core Network segue em uma trajetória ascendente que diverge da ação de preço das maiores criptomoedas do mercado. No mesmo período, Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), BNB e Solana (SOL) registraram perdas de 4%, 7,5%, 5,9% e 7,4%, respectivamente.

O aumento das tensões políticas no Oriente Médio impactou negativamente o preço do petróleo, reforçando a pressão inflacionária não apenas nos Estados Unidos, mas também no resto do mundo. Como destacou o analista Orlando Telles na edição do boletim diário "Crypto Today" publicada nesta sexta-feira, 5 de abril, o aumento continuado do preço da commodity poderia atrasar ainda mais ou mesmo inviabilizar os cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos este ano.

Neste momento, a falta de liquidez associada ao cenário macroeconômico dos EUA está travando o crescimento mais amplo do mercado de criptomoedas, concluiu Telles.

Narrativas emergentes sustentam ganhos no mercado de criptomoedas

Ainda assim, tokens associados a narrativas emergentes do atual ciclo de alta têm oferecido oportunidades de ganhos aos investidores.

Além do CORE, vinculado ao ecossistema do Bitcoin, os tokens do setor de DeFi Pendle (PENDLE) e Ethena (ENA) valorizaram 36,4% e 33%, respectivamente, nos últimos sete dias, de acordo com dados do CoinMarketCap. 

Tratou-se de um movimento coordenado de alta, visto que a plataforma da Pendle oferece oportunidades de potencialização de ganhos em cima do USDe, o "dólar sintético" da Ethena. Além disso, os usuários da Pendle que mantinham USDe na plataforma foram beneficiados pelo airdrop do ENA, que ocorreu na terça-feira, 2 de abril.

O ENA disparou impulsionado pelo crescimento de US$ 500 milhões da capitalização de mercado do USDe em 4 dias e já ocupa a 81ª posição no ranking geral das criptomoedas.

O PENDLE tem se beneficiado também da explosão do ecossistema de staking e restaking líquido, oferecendo estratégias para multiplicação de pontos para potenciais airdrops a serem realizados por protocolos do setor. No acumulado dos últimos 30 dias, o token acumula alta de 87%.

Espera-se que Renzo, Puffer, KelpDAO, EigenPie e Swell Network anunciem airdrops nos próximos meses, além da Eigen Layer. O segundo maior protocolo da Ethereum em valor total bloqueado (TVL) deve promover um dos maiores distribuições de tokens da temporada, segundo analistas.

Outro destaque de uma semana difícil para o mercado de criptomoedas, foi o Bitcoin Cash (BCH). O token oriundo do principal hard fork do BTC valorizou 15% impulsionado pelo seu próprio halving, que ocorreu em antecipação ao do Bitcoin. Ainda assim, cotado a US$ 684, o BCH segue 84% abaixo de suas máximas históricas, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Wormhole lidera perdas após airdrop massivo

Ao contrário do ENA, que segue em trajetória ascendente após a sua listagem pública, o protocolo cross-chain Wormhole afundou na esteira do airdrop realizado na quarta-feira, 3. 

À medida que os beneficiários do evento correram para se desfazer de suas posições aproveitando a valorização alcançada pelo token nos pré-mercados, o W amargou uma queda de 32%. Sua capitalização total de mercado chegou a US$ 3 bilhões, mas está reduzida a US$ 1,6 bilhão no momento em que este artigo é escrito, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Performance de preço do W desde o lançamento do token em 3 de abril. Fonte: CoinMarketCap

No entanto, os prejuízos semanais foram distribuídos entre diferentes ecossistemas e narrativas, incluindo tokens de redes de camada 1 alternativas – Aptos (APT) e Conflux (CFX), com perdas de 25% e 28% –, IA – Singularity Net (AGIX), que caiu 24% –, e infraestrutura – Axelar (AXL) e Celestia (TIA), com quedas de 30% e 24%, respectivamente.

Apesar da performance negativa nos últimos sete dias, o Bitcoin reagiu à medida que o encerramento da semana se aproxima. Na quinta-feira, 4, a maior criptomoeda do mercado voltou a superar a marca de US$ 69.000, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil. No entanto, a volatilidade segue dando as cartas no mercado e no momento em que este artigo era escrito, o preço do Bitcoin estava cotado a US$ 66.700.