A empresa por trás da stablecoin Tether (USDT) refutou uma reportagem do The Wall Street Journal alegando que tinha ligações com entidades que falsificavam documentos e usavam empresas de fachada para manter o acesso ao sistema bancário.

Em 3 de março, o WSJ mencionou documentos e e-mails vazados que supostamente revelam que entidades vinculadas à Tether e sua exchange de criptomoedas irmã Bitfinex falsificaram faturas e transações de vendas e se esconderam atrás de terceiros para abrir contas bancárias que, de outra forma, não teriam sido capazes de abrir.

Em uma declaração de 3 de março, a Tether qualificou as descobertas do relatório de “alegações obsoletas de muito tempo atrás” e “totalmente imprecisas e enganosas”, acrescentando:

“A Bitfinex e a Tether têm programas de conformidade de classe mundial e respondem aos requisitos legais aplicáveis de combate à lavagem de dinheiro, financiamento de terrorismo e de conheça seu cliente [KYC].”

A empresa continuou dizendo que era um parceiro “orgulhoso” da lei e que “rotineira e voluntariamente” auxilia as autoridades nos Estados Unidos e no exterior em questões legais.

O diretor de tecnologia da Tether e da Bitfinex Paolo Ardoino escreveu no Twitter em 3 de março que o relatório continha “desinformações e imprecisões” e insinuou que os repórteres do WSJ eram palhaços.

Estou no aniversário de PlanB em #lugano
Muita energia e pessoas animadas para falar sobre o #Bitcoin
Enquanto eu estava no palco, ouvi algumas buzinas de palhaço, com certeza era o WSJ.
Como sempre, toneladas de desinformação e imprecisões. Coitados, deve ser difícil para eles, mas precisam de uma mídia melhor.

— Paolo Ardoino (@paoloardoino)

O Cointelegraph entrou em contato com a Tether e a Binfinex para comentar a reportagem e a declaração de Ardoino, mas não recebeu uma resposta até o momento da publicação deste artigo.

Reportagem do WSJ afirma que Tether e Bitfinex agiram ilegamente

O artigo do WSJ descreve – por meio da revisãode e-mails e documentos vazados – as aparentes negociações da Tether e da Bitfinex para permanecerem conectadas a bancos e outras instituições financeiras das quais, caso fossem cortadas, poderiam representar "uma ameaça existencial" para seus negócios, de acordo com uma ação movida conjuntamente pelas duas empresas contra o banco Wells Fargo.

Um dos e-mails vazados sugere que os intermediários da empresa na China estavam tentando “driblar o sistema bancário, fornecendo faturas de vendas falsas e contratos para cada depósito e saque.”

Captura de tela da manchete do Wall Street Journal. Fonte: Wall Street Journal

Também há acusações na reportagem de que a Tether e a Bitfinex usaram vários meios para contornar os controles que os teriam restringido de instituições financeiras e tinham ligações com uma empresa que supostamente lavava dinheiro para uma organização terrorista designada pelos Estados Unidos, entre outros.

Enquanto isso, uma pessoa familiarizada com o assunto disse ao WSJ que a Tether está sob investigação do Departamento de Justiça em uma investigação liderada pelo Ministério Público dos EUA no Distrito Sul de Nova York. A natureza da investigação não foi informada.

A Tether enfrentou várias acusações de irregularidades nos últimos meses e recentemente teve que refutar outra reportagem do WSJ publicada no início de fevereiro que afirmava que quatro homens controlavam aproximadamente 86% da empresa desde 2018.

Da mesma forma, teve que combater o que chamou de “FUD” (medo, incerteza e dúvida) de uma reportagem do WSJ publicada em dezembro do ano passado sobre seus empréstimos garantidos e, posteriormente, prometeu parar de emprestar fundos que constituem suas reservas.

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