Desenvolvedores de blockchain estão compartilhando “histórias de terror” relacionadas a contas altíssimas recebidas do serviço BigQuery do Google Cloud, incluindo um desenvolvedor que foi subitamente cobrado em um total de US$ 15 mil por realizar três consultas.
O BigQuery é um data warehouse sem servidor oferecido pelo Google Cloud, projetado para analisar grandes conjuntos de dados por meio de Structured Query Language (SQL) e com recursos integrados de inteligência artificial (IA).
“Quero alertar a todos que o BigQuery é um grande golpe e que, a cada dia, você corre o risco de receber uma conta absurda que pode te levar à falência”, escreveu um desenvolvedor pseudônimo em uma publicação compartilhada por Mikko Ohtamaa, cofundador do protocolo descentralizado de trading algorítmico Trading Strategy, acrescentando:
“Todo mês, minha conta costuma ser de algumas centenas. Neste mês recebi uma cobrança de US$ 18 mil.”
“Descobri que fiz 3 buscas no BigQuery sobre a Solana com limites na consulta, e cada uma custou mais de US$ 5 mil”, escreveu o desenvolvedor, acrescentando que, após reclamar com o suporte do Google, as cobranças foram reduzidas para US$ 4 mil por consulta.
Vários outros participantes da indústria cripto se manifestaram, alegando mecanismos de precificação predatórios que não permitem definir limites mensais.
“Eles propositalmente não deixam você configurar travas rígidas”, respondeu Ermin Nurovic, cofundador do protocolo Flat Money de dólar sintético, acrescentando: “Sua função do Google Cloud travou em um loop recursivo e te custou milhares? Azar o seu.”
A Solana integrou o BigQuery do Google Cloud em outubro de 2023, permitindo que usuários consultassem dados da blockchain Solana, como transações de baleias ou vendas de NFTs, por meio do programa do Google Cloud, oferecendo aos desenvolvedores acesso mais transparente a dados arquivados da blockchain com análises via BigQuery.
Segunda “história de terror” surge com outra cobrança de US$ 5 mil
Ampliando as preocupações em torno dos mecanismos de cobrança do serviço, surgiu um segundo desenvolvedor pseudônimo, que foi cobrado em US$ 5 mil por “uma consulta select em uma tabela da Solana”, que “acidentalmente” escaneou múltiplos terabytes de dados.
“Felizmente, naquela vez, nossa empresa estava conectada localmente ao Google, o que nos ajudou a escalar o problema e receber o reembolso”, escreveu o desenvolvedor na publicação compartilhada por Ohtamaa.
Desde o incidente de cobrança, o desenvolvedor afirmou nunca mais ter consultado “qualquer dado de blockchain no BigQuery sem verificar as partições antes”.
Ele acrescentou que esse modelo de precificação torna inimaginável que algoritmos de IA dependam dos serviços do BigQuery.