Michael Saylor voltou a dar indícios de que a Strategy fará uma nova compra de Bitcoin, embora a empresa — anteriormente conhecida como MicroStrategy — e seus principais executivos tenham sido processados por um investidor devido à perda de US$ 5,9 bilhões no primeiro trimestre com suas participações em Bitcoin.
Saylor publicou um gráfico no X mostrando as compras anteriores de Bitcoin (BTC) pela Strategy, com a legenda: “Nothing Stops This Orange.”
Publicações enigmáticas semelhantes de Saylor no passado antecederam compras de Bitcoin pela Strategy. A empresa possui as maiores reservas de Bitcoin entre todas as companhias de capital aberto, com 592.100 BTC, avaliados em cerca de US$ 59,7 bilhões, com o Bitcoin negociado pouco abaixo de US$ 101.000.
Executivos da Strategy são processados por perda de US$ 5,9 bilhões em Bitcoin
A postagem de Saylor ocorreu após ele, a Strategy e os principais executivos da empresa serem processados na quinta-feira por um investidor que alega que eles violaram seus deveres fiduciários antes de divulgar uma perda multibilionária com Bitcoin nos resultados do primeiro trimestre.
A ação derivada de acionistas, movida por Abhey Parmar em um tribunal federal da Virgínia, alega que Saylor, o CEO da Strategy, Phong Le, o diretor financeiro Andrew Kang e quatro membros do conselho “fizeram declarações materialmente falsas e enganosas” sobre uma mudança em práticas contábeis.
A queixa afirma que, em janeiro, a Strategy adotou uma nova regra do Financial Accounting Standards Board que entrou em vigor um mês antes, permitindo que empresas com criptoativos refletissem o valor de mercado estimado desses ativos em seus balanços.
A ação alega que essa mudança contábil levou a Strategy a registrar uma perda não realizada de US$ 5,9 bilhões em Bitcoin nos resultados do primeiro trimestre, divulgados no início de abril, o que causou uma queda de quase 9% nas ações da empresa.
Na véspera dos resultados, a queixa alega que os executivos da Strategy “falharam em divulgar com precisão toda a extensão” do possível impacto da mudança contábil e que também não informaram que “os riscos associados à volatilidade do Bitcoin eram maiores do que o representado.”
“O lucro da empresa ao aplicar sua estratégia de investimento baseada em Bitcoin e suas opções de tesouraria foi substancialmente menor do que o representado”, afirma o processo.
Executivos da Strategy teriam lucrado US$ 31 milhões com vendas de ações “infladas”
A ação também acusa os executivos da Strategy de “realizar vendas internas lucrativas” de ações da empresa enquanto elas estavam “artificialmente infladas” antes que o impacto da mudança contábil fosse divulgado ao público.
Segundo Parmar, essas transações renderam aos executivos quase US$ 31,5 milhões.
Prêmio da Strategy de Michael Saylor não é "irracional", diz Adam Back
A queixa também acusa os executivos de abuso de controle, má gestão e desperdício de ativos corporativos.
Ação coletiva alega que Strategy deturpou investimento em Bitcoin
A Strategy também enfrentou uma proposta de ação coletiva em meados de maio, igualmente relacionada à adoção da nova regra contábil do FASB sobre criptoativos, que teria contribuído para as perdas no primeiro trimestre.
Essa ação, movida por Anas Hamza, também alegou que a empresa “falhou em divulgar a natureza ou o escopo específico do impacto esperado, ao mesmo tempo que minimizou os riscos envolvidos” ao adotar o novo método contábil.
Em uma comunicação regulatória em resposta à ação coletiva proposta, a Strategy disse que irá “defender-se vigorosamente contra essas alegações.”