O governo russo confiscou US$ 10 milhões em Bitcoin de um ex-funcionário da aplicação da lei, segundo relatos locais.

Oficiais de execução judiciária russos começaram a confiscar Bitcoin (BTC) de um ex-funcionário do Comitê Investigativo da Federação Russa (ICRF) em um grande caso de suborno envolvendo criptomoeda.

Os oficiais iniciaram procedimentos para apreender 1 bilhão de rublos russos (US$ 10 milhões) — ou aproximadamente 103 BTC — do ex-funcionário do ICRF, Marat Tambiev, que foi condenado por suborno em criptomoeda em 2023, informou a agência de notícias TASS em 8 de janeiro.

O Bitcoin confiscado será adicionado às receitas do estado russo como parte do processo legal. Os oficiais acessaram a carteira de criptomoedas hardware de Tambiev, uma Ledger Nano X, para apreender os ativos.

O suborno resultou em 2.718 BTC — o maior suborno já registrado na Rússia

Ainda assim, os 103 BTC apreendidos no caso de Tambiev representam apenas 4% do total do suborno, disseram fontes locais.

Em outubro de 2024, um tribunal russo condenou Tambiev a 16 anos de prisão por aceitar um suborno de 2.718 BTC, avaliado em cerca de US$ 258 milhões. O caso foi descrito como o maior caso de suborno na história da Rússia, segundo a agência de notícias local RBC.

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O ex-funcionário do ICRF Marat Tambiev foi condenado em um escândalo de suborno de 2.718 Bitcoins na Rússia. Fonte: RBC

Em 2023, o Tribunal Distrital de Nikulinsky em Moscou ordenou a apreensão de 1.032 BTC, avaliados em cerca de US$ 98 milhões, de Tambiev, declarando que os ativos foram adquiridos como renda não confirmada.

Grupo hacker Infraud Organization por trás do suborno

Tambiev teria sido preso em março de 2022, e os oficiais de execução encontraram as chaves privadas de sua carteira de Bitcoin em seu laptop, em uma pasta rotulada "Aposentadoria".

Os oficiais e o tribunal concluíram que Tambiev havia recebido milhares de BTC de um grupo hacker conhecido como Infraud Organization.

Os membros do grupo, cidadãos do Cazaquistão, Mark e Konstantin Bergman e o cidadão estoniano Kirill Samokutyaev, teriam subornado Tambiev em várias decisões processuais, incluindo seu próprio caso criminal.

A investigação descobriu que o caso também envolveu vários ex-funcionários do ICRF que supostamente extorquiram subornos dos hackers da Infraud Organization.

Os subornos foram supostamente oferecidos em troca de interromper a acusação dos hackers e uma oportunidade de ocultar ativos cripto no valor de pelo menos 14 bilhões de rublos (US$ 138 milhões), segundo a TASS.