O real brasileiro é a moeda mais devalorizada do mundo em 2020, perdendo 15% de seu valor em relação ao dólar americano, que nesta quinta-feira bateu os R$ 4,66.

Só depois do carnaval, há 10 dias, o real perdeu 6% em relação ao dólar. Entre os motivos para a grande queda no valor há evidentemente a crise do coronavírus, mas não só: especialistas já apontam para a desvalorização como política de governo.
Ao portal Terra, a economista do Itaú Unibanco Julia Gottlieb reconhece o papel da epidemia do coronavírus na queda do real, mas acrescenta que juros, baixo crescimento e preço das commodities também contribuem para a crise brasileira.

Na mesma matéria, o economista-chefe do Fibra, Cristiano Oliveira, diz que o país, apesar do corte de juros, não têm atraído investimentos.

Diante de jornalistas na última quarta-feira, quando foi anunciado o crescimento tímido de 1,1% do PIB brasileiro em 2019, o ministro da economia Paulo Guedes disse achar "normal" o crescimento do país e a desvalorização histórica da moeda, e reconheceu que a moeda americana pode chegar a R$ 5,00.

O ministro, porém, ressaltou em um evento da Fiesp que não acredita haja fuga de capitais no Brasil. 

A Secretaria de Comunicação do Governo ainda soltou uma peça de comunicação falando em crescimento expressivo do "PIB Privado" do país. Os dados, porém, não são reconhecidos por economistas sérios e não servem de comparação com o crescimento de outras economias.

A disparada do dólar também afeta o preço do Bitcoin no país. Com a alta do dólar, comprar Bitcoin tornou-se cada vez mais caro no país e uma alternativa menos acessível como reserva de valor.

A maior criptomoeda começou 2020 em R$ 29.000, chegou a R$ 45.000 e hoje é negociada em R$ 42.300.