A startup australiana de microinvestimentos Raiz deve trazer opções de fundos de Bitcoin (BTC) aos seus usuários, informa a Australian Financial Review (AFR) em 20 de janeiro. A empresa limpou o último obstáculo legal com a Comissão de Valores Mobiliários e Investimentos (ASIC) da Austrália, agência reguladora financeira do país.

Raiz é uma fintech que oferece serviços de microinvestimento para suas 300.000 contas registradas. Como a Acorns, sediada nos Estados Unidos, e outras startups mundiais, ela "reúne" os valores que "sobram" das compras dos usuários para investi-los em um conjunto de produtos de investimento, geralmente compreendendo fundos negociados em bolsa (ETFs).

Segundo fontes da AFR, a Raiz vem pressionando para incluir o Bitcoin em sua oferta e, segundo informações, obteve um alívio da ASIC para operar o fundo. Aparentemente, esse foi o último obstáculo legal, abrindo caminho para a implementação no primeiro semestre de 2020.

Diz-se que o fundo de varejo Bitcoin proposto aloca apenas cinco por cento para uma exposição direta ao Bitcoin, com o restante composto por ETFs.

De acordo com os números de dezembro, a Raiz possui 445 milhões de dólares australianos (US$ 305 milhões) em fundos administrados de 211.000 clientes. 

Cenário regulatório da Austrália

Os reguladores adotaram no passado uma postura muito cautelosa em relação às criptomoedas. Como o Cointelegraph relatou em maio de 2019, os reguladores do país divulgaram diretrizes detalhadas para mineradores, exchanges e projetos iniciais de oferta de moedas. Especificamente, reiterou a necessidade das empresas de criptomoedas solicitarem todas as licenças relevantes e aderirem aos seus regulamentos de combate à lavagem de dinheiro (AML) e ao conhecimento do cliente (KYC).

Outros representantes do governo permaneceram céticos em relação às moedas descentralizadas. O Banco Central da Austrália publicou um estudo argumentando que é improvável que as criptomoedas substituam o dólar australiano, citando principalmente preocupações de usabilidade e escalabilidade.

Em novembro, o Ministro da Administração Interna da Austrália alertou que as criptomoedas facilitaram o terrorismo, ofuscando suas atividades financeiras.