Entre os dias 15 e 19 de janeiro, os fundos de criptomoedas registraram fluxo negativo de R$ 105 milhões, o primeiro saldo negativo em cinco semanas. Os dados são da gestora CoinShares. Na mesma semana, brasileiros aportaram R$ 44 milhões nesses instrumentos de investimento, ficando atrás somente dos Estados Unidos.
O maior fluxo negativo se deu nos fundos com exposição ao Bitcoin (BTC), que registraram queda de R$ 123,5 milhões em ativos sob gestão (AUM, na sigla em inglês). Em contrapartida, os fundos apostando na queda do BTC cresceram R$ 63,5 milhões.
Apesar da saída de capital dos fundos cripto vista na semana passada, o número mascara o fato de que os R$ 59 bilhões negociados em fundos ligados ao BTC na na semana passada. James Butterfill, head de research da CoinShares, aponta que o montante é sete vezes maior do que a média de volume vista em 2023.
Variação em AUM de fundos cripto por ativo de exposição. Imagem: CoinShares
Quanto aos fundos ligados aos preços das altcoins, aqueles ligados à XRP exibiram crescimento em AUM na última semana, com R$ 2,5 milhões a mais. Os fundos de Ethereum (ETH), no mesmo período, exibiram saídas de R$ 68 milhões.
Até mesmo os fundos ligados ao preço da Solana (SOL), que dominaram o AUM do setor de fundos de altcoins em 2023, registraram saídas de R$ 42,5 milhões.
Por outro lado, os fundos classificados como “multiativos” pelo relatório da gestora tiveram um avanço considerável em AUM na semana passada, crescendo R$ 47 milhões.
Apetite brasileiro
Como era de se esperar, o maior crescimento em AUM dos fundos cripto foi registrado nos Estados Unidos, com salto de R$ 1,3 bilhão. O aumento expressivo no AUM de fundos estadunidenses foi contrabalanceado pelo fluxo negativo visto no Canadá, totalizando R$ 827 milhões em saídas.
Nesse contexto, os fundos cripto de gestoras brasileiras registraram crescimento de R$ 44 milhões em AUM, o segundo maior da semana passada. O crescimento pode estar ligado à conversão do Hashdex Bitcoin Futures ETF (DEFI) para Hashdex ETF Bitcoin.
Variação em AUM de fundos cripto por país. Imagem: CoinShares
Conforme já noticiado pelo Cointelegraph Brasil, os fundos da gestora com sede no Rio de Janeiro são os únicos considerados no relatório semanal da CoinShares. O motivo, explicou o head de research na ocasião, é que os fundos da Hashdex são os únicos listados no terminal da Bloomberg, fonte utilizada para coletar os dados que embasam o relatório.