O dono de uma startup que nunca lançou sua oferta inicial de moedas (ICO) está tentando vender o projeto no eBbay por US$ 60.000, de acordo com uma oferta no site de e-commerce que expira na sexta-feira, 29 de março.

A startup, chamada “Sponsy”, é descrita como um projeto blockchain totalmente preparado para lançar ICOs e ofertas de security token (STO). O autor da oferta alega que o projeto foi auditado por uma empresa de investimentos e aprovado por bankers de investimento. Além disso, o anúncio afirma que as soluções desenvolvidas pela Sponsy estão em compliance com os regulamentos da União Europeia e dos Estados Unidos.

Além disso, o projeto afirma ter uma “presença social sólida”, com mais de 10.000 curtidas no Facebook e 8.000 assinantes no Twitter. No entanto, a página do Twitter só foi atualizada duas vezes por mês desde que a empresa anunciou sua venda de tokens em dezembro passado e as postagens têm em média dez curtidas. O Sponsy tem uma presença semelhante no Facebook, com postagens aleatoriamente comentadas por vários usuários semelhantes a robôs.

O Sponsy também menciona que é listado por rastreadores famosos de ICOs, como o ICOBench. No entanto, o último ranking classifica o projeto em 2.9, sem a avaliação de especialistas.

O Financial Times (FT) abordou Ivan Komar, fundador da Sponsy, para descobrir o motivo da ICO ainda não ter sido lançada. Komar explicou que a empresa perdeu o hype das ICOs de 2017 e que ninguém mais se interessou pelos seus tokens em 2019.

De acordo com Komar, seu advogado recomendou que ele desenvolvesse o produto primeiro ao invés de lançar uma ICO - uma decisão que o empresário agora lamenta:

“Nós não teríamos tentado construir um produto primeiro, teríamos tentado fazer uma venda de tokens o mais rápido possível, para entrar nessa onda de criptomoedas e levantar o máximo de dinheiro possível antes de construir qualquer produto. E é exatamente isso o que os outros estavam fazendo.”

No entanto, Komar acredita que o projeto pode ser vendido com sucesso, especialmente devido ao fato de que a parte da criptomoeda pode ser facilmente removida dele. Ele também admite que a “aprovação” institucional é uma validação bastante forte:

“Pode ser algum tipo de exagero. Nós tínhamos uma firma de advocacia com base no Reino Unido que fazia algum tipo de auditoria do nosso projeto, e o classificava, e a classificação que obtivemos era bem alta e o risco que tivemos foi muito baixo.”

A grande popularidade das ICOs em 2017 e no início de 2018 foi descrita pela indústria da criptomoedas como “hype”, mas hoje em dia muitos especialistas acreditam que o boom das ICOs já acabou. Durante o terceiro trimestre de 2018 - de julho a setembro de 2018 -, o total de fundos das ICOs caiu 48%.