Para Emanuela Ramos, Executive Vice President, responsável pelo setor de Financial Services na NAVA Technology for Business, o Open Banking anunciado pelo Banco Central do Brasil marcará uma nova fase no sistema financeiro nacional e deve diminuir o poder dos grandes bancos tradicionais impulsionando novos modelos de negócios.

Ramos argumenta que o sistema trará novas funcionalidades que podem criar uma maior democratização dos serviços financeiros, autonomia e poder de escolha ao cliente final.

"A ideia é que a população - de forma mais simples, transparente e rápida, tenha acesso a diversos produtos financeiros sem a trava ou limitação de exclusividade a uma única instituição", pontua.

Assim, segundo ele, o  novo conjunto de regras do Open Banking será um acelerador para o surgimento de novos modelos de negócios do ponto de vista de inovação e co-criação, uma vez que um dos principais impulsionadores do sistema para as instituições financeiras será a complementaridade de suas ofertas, agregando serviços e produtos de outras instituições, criando assim marketplaces e até um novo ecossistema financeiro.

"Nesse sentido, além de suas vantagens, a outra ponta o Open Banking deve proporcionar ainda mais para os clientes melhores experiências, jornadas mais intuitivas, simples e ao mesmo tempo sofisticadas, com a personalização de suas jornadas digitais e ofertas customizadas de acordo com as reais necessidades", destaca.

Open Banking

O Open Banking foi oficialmente lançado pelo Banco Central em fevereiro deste ano e esta em sua primeira fase. Parte integrante da agenda de inovação do BC, o sistema intega a agenda BC# que prevê a digitalização do sistema econômico nacional inclusive com a criação de uma Moeda Digital de Banco Central, CBDC, em 2022.

"Nos estamos avançando no caminho de ter uma moeda digital , de ter um processo mais digital ,isso não significa que vai substituir a moeda física 100% nesse momento, isso não significa que existe um intuito de fazer de uma forma diferente , só para câmbio ou só para um produto. Não. O intuito é ter uma moeda digital como um todo. É ter o Real digitalizado", disse", destacou o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Sobre o Open Banking, Campos Neto também declarou que ele é parte da construção do sistema financeiro do futuro.

"A implementação do Open Banking (Sistema Financeiro Aberto) é uma das iniciativas dessa agenda mais ampla que visa criar o que temos chamado de “sistema financeiro do futuro”", destacou Campos Neto.

Desta forma, Ramos destaca ainda que o Open Banking permitirá uma melhor integração de serviços, não só os proporcionados pelos bancos, mas os oferecidos por fintechs e carteiras digitais.

O especialista afimra que com o novo modelo do Banco Central, um cliente poderá, por exemplo, ter um empréstimo pessoal contratado de um banco A e um cartão de crédito sem anuidade, contratado por um banco diferente, ou mesmo uma fintech, e assim por diante.

Desta forma, ele afirma que esse movimento ainda levará a uma outra mudança, a implementação de sistemas orientados ainda mais para a User Experience, focados na melhor experiência possível para o cliente, seja ele de baixa ou alta renda, já que agora eles estarão mais atentos às inovações e podem optar por novas interfaces financeiras, que se adequem melhor às suas necessidades. 

"Surgirão novos modelos de negócios bancários e, ainda que seja prematuro dizer, isso poderá ser um grande impulsionador da democratização do sistema financeiro do País, uma vez que os bancos e as carteiras digitais começam a popular mais sua base de clientes e a conhecer melhor esse público, tangibilizando novos desenhos de produtos ou créditos específicos para mais e mais pessoas, atrelados à uma experiência enriquecedora para seus clientes", afirma.

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