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Monopólio de assinaturas digitais no Brasil pode barrar novo partido de Bolsonaro; TSE não reconhece blockchain

A polêmica e aguardada saída do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, do PSL, deve gerar polêmica para a validação da criação de seu novo partido, que pelas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) precisa ter suas assinaturas certificadas digitalmente.

Monopólio de assinaturas digitais no Brasil pode barrar novo partido de Bolsonaro; TSE não reconhece blockchain
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A polêmica e aguardada saída do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, do PSL, deve gerar polêmica para a validação da criação de seu novo partido, que pelas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) precisa ter suas assinaturas certificadas digitalmente. A matéria é da Folha de S.Paulo.

Segundo o texto, para a criação de um partido no Brasil, é preciso coletar cerca de 500 mil assinaturas, ou 0,5% dos votos válidos da eleição mais recente.

Os ex-integrantes do PSL querem coletar as assinaturas digitalmente através de um aplicativo, mas a iniciativa não deve ser frutífera por conta das normas do TSE para validação das assinaturas.

O TSE estabelece que as assinaturas tenham "certificação digital", setor é objeto de monopólio exercido pelo Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), uma entidade estatal que é responsável pelo "vergonhoso" certificado digital vendido por entidades privadas país afora, como bancos e outras entidades financeiras, por exemplo. O certificado custa entre R$ 120 e R$ 250 e precisa de renovação periódica.

Hoje, apenas 3.780.000 milhões de pessoas no Brasil possuem o certificado, lançado em 2001, menos de 2% da população.

Segundo a Folha, o impacto negativo vai além da criação de partidos, já que as assinaturas digitais poderiam agilizar processos burocráticos em praticamente todas as áreas estatais e profissionais.

A matéria ainda diz que, desde o lançamento do certificado, em 2001, a tecnologia mudou totalmente:

"Hoje é possível usar blockchain e uma infinidade de outras formas de comprovar a identidade e validade de uma assinatura eletrônica. Mesmo assim, o modelo do ITI permanece sendo tratado como legalmente superior a todas as outras formas disponíveis."

O artigo ainda pede que Bolsonaro revogue os dispositivos da medida provisória que regulamenta o ITI, abrindo caminho para "inúmeras formas de certificação digital, que poderão ser criadas tanto pelo poder público como pelo setor privado".

A saída de Jair Bolsonaro do PSL, anunciada na última semana, foi envolvida em uma crise política envolvendo o próprio presidente e o comandante do partido, seu ex-aliado Luciano Bivar.

Bolsonaro tenta se distanciar das denúncias de candidaturas-laranja do PSL nas eleições 2018 e de Bivar, que é acusado de comandar o esquema e envolver o nome do presidente no escândalo.

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