O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, responsável pela legislação que reconheceu o Bitcoin (BTC) como meio legal de pagamento no país, renunciou ao cargo para fazer campanha.

Em 1º de dezembro, Bukele renunciou à presidência de El Salvador, após a aprovação da Assembleia Legislativa do país, permitindo que ele tirasse uma licença para se concentrar em sua campanha de reeleição em 2024. Ele foi sucedido pela presidente interina Claudia Rodríguez de Guevara, que deverá permanecer no cargo até junho de 2024. A próxima eleição geral ocorrerá em fevereiro de 2024.

"Situação atual da democracia em El Salvador: o cargo de Presidente da República será ocupado por alguém por quem ninguém jamais votou", disse Héctor Silva, candidato à prefeitura de São Salvador, no X.

Bukele, que assumiu o cargo em junho de 2019, ficou conhecido por seus esforços para reduzir a taxa de homicídios em El Salvador, uma das mais altas do mundo na época, e por suas políticas pró-criptomoedas. Ele defendeu a adoção do Bitcoin como meio legal de pagamento pelo governo salvadorenho em setembro de 2021, e impulsionou a criação de uma 'Cidade Bitcoin' movida a vulcão no país.

Embora a taxa de homicídios tenha diminuído significativamente sob a liderança de Bukele, muitos críticos apontaram que El Salvador violou leis de direitos humanos em suas tentativas de combater as atividades de gangues. Um relatório do escritório de direitos humanos das Nações Unidas, de março, afirmou que o país havia implementado "detenções em massa" desde 2022, nas quais muitas pessoas foram maltratadas ou morreram sob custódia.

O presidente de El Salvador serve por um mandato de cinco anos. Antes de setembro de 2021, a constituição do país exigia que os presidentes esperassem dez anos antes de concorrerem à reeleição. No entanto, a Suprema Corte de El Salvador decidiu naquele momento que um presidente pode servir dois mandatos consecutivos.