O gestor da BLP Asset, que comanda o fundo de investimentos em criptomoedas BLP Crypto, Alexandre Vasarhelyi, disse ao Cointelegraph Brasil a partir do comportamento do Bitcoin diante da crise global "não é mais possível dizer que o Bitcoin é muito mais perigoso do que ações".

Diante da grande crise dos mercados de ações diante do coronavírus, o Bitcoin teve grande queda no dia 12 de março, mas desde então recuperou valor e é cotado no fim desta segunda-feira a US$ 6.450:

"O Bitcoin teve um dia de extrema volatilidade que foi no 12/3. Neste dia, além do movimento dos mercados globais, ele teve questões técnicas importantes, com o fechamento de uma das maiores exchanges de BTC e o mal funcionamento de outras tantas. Porém, fora este dia, o mercado tem se comportado bastante bem, com volatilidade dentro do normal, bom volume e sem interrupções na sua negociação. Em dias de Circuit Breaker é interessante ver que no mundo cripto isto não existe."

De acordo com Vasarhelyi, o Bitcoin mostrou-se mais correlacionado com os mercados de ações do que o esperado, mas ele espera que tal comportamento tenha sido pontual. Ele, porém, diz que não é possível dizer que ele vai se tornar uma reserva de valor:

"Pontualmente, o Bitcoin ficou mais correlacionado com os mercados acionários mas achamos que isto foi pontual e que ele vai manter a sua baixa correlação com os demais ativos, então não podemos dizer que ele vai se tornar uma reserva de valor. Acho mais adequado dizer que ele é uma proteção para uma emissão de moeda por parte das grandes economias servindo como um hedge para o debasemet das moedas."

E completa dizendo que o atual comportamento do Bitcoin já provou que o ativo não é mais "perigoso" que ações:

"Ainda é cedo para saber se este experimento monetário vai ser vitorioso mas acho muito importante notar que o aumento da volatilidade nos mercados acionários foi da ordem de 4x enquanto que no mundo dos Criptoativos isso esta perto do 1,5x então hoje não é mais possível dizer que o Bitcoin é muito mais perigoso do que ações pois em alguns casos específicos isto já nem é mais verdade."

O fundo BLP Crypto, que reúne uma cesta de criptomoedas, e é o primeiro fundo brasileiro de investimentos em criptoativos, subiu mais de 13% desde 1o de março.