O Brasil figura entre os dez países com maior adoção de criptomoedas no mundo, segundo um recente relatório da Triple-A, plataforma de soluções de pagamento em criptomoedas. O estudo revela um crescimento significativo no uso de ativos digitais, destacando o país como um dos líderes globais no setor.
Segundo o relatório, o Brasil, juntamente com outros países da América Latina como a Argentina, se destaca pelos maiores índices de utilização de criptomoedas. No Brasil, 17,40% da população, ou seja, cerca de 38 milhões de pessoas, utiliza ativos digitais para diversas finalidades.
Já a Argentina ocupa o quarto lugar na adoção de criptomoedas, com 18,90% de sua população (8,6 milhões de pessoas) usando ativos digitais. Esse número posiciona o país sul-americano como líder na adoção de criptomoedas na América Latina. Este fenômeno reflete o crescente interesse e a rápida integração da tecnologia blockchain.
Para Márlyson Silva, CEO da Transfero, esses números mostram uma tendência clara.
"Esses números reforçam, primeiro, que as populações de economias emergentes estão naturalmente mais dispostas a procurar pela inovação muito por conta do funcionamento atual dos seus sistemas financeiros. Mas, além disso, é uma estatística interessante para comprovar que cripto é muito mais do que uma modalidade de investimento.
Dentro dessas quase 50 milhões de pessoas na Argentina e no Brasil, os casos de uso são os mais variados, passando de reserva de valor, investimento para retornos com a volatilidade tradicional do mercado e até mesmo alternativa para fugir de problemas como a alta inflação, no caso dos argentinos", explica Silva.
Stablecoins
Segundo uma recente declaração do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, o que está em crescimento no Brasil não é o mercado de criptomoedas 'como um todo', mas o uso das stablecoins para os brasileiros terem "uma conta em dólar".
De fato, a Receita Federal também apontou uma grande alta no uso das stablecoins no país, em especial o USDT. No entanto, um relatório recente da CCData sobre o mercado de stablecoins, revelou que está não é uma tendência apenas no Brasil, mas em todo o mundo impulsionada pela adoção ampla dos ativos digitais.
Os dados da CCData apontam que os volumes de negociação de stablecoins em exchanges centralizadas estão a caminho de registrar um aumento pela primeira vez em três meses Em julho, o volume de negociação para pares de stablecoins caiu 8,35%, atingindo US$ 795 bilhões até o dia 25, marcando o quarto mês consecutivo de queda.
No entanto, a volatilidade aumentada após o lançamento dos ETFs spot de Ethereum pode levar a uma alta no final do mês. O USDT continua a dominar o mercado, com 73,5% de participação entre as 10 principais stablecoins por capitalização de mercado.
O USD Coin (USDC) teve um aumento notável na capitalização de mercado e nos volumes de negociação. O USDC registrou crescimento pelo nono mês consecutivo, subindo 5,36% para US$ 33,6 bilhões, o maior valor desde fevereiro de 2023 e o primeiro aumento mensal desde abril. Os volumes de negociação do USDC em exchanges centralizadas aumentaram 48,1%, alcançando US$ 135 bilhões, impulsionados pela conformidade com as novas regulamentações europeias MiCA.
A TetherUSD (USDT) atingiu uma nova alta histórica de capitalização de mercado, chegando a US$ 114 bilhões em julho, com um aumento de 1,61%. Este é o décimo primeiro mês consecutivo de crescimento para o USDT, que agora detém 69,6% de dominância no mercado. O PayPal USD foi o maior ganhador entre as dez principais stablecoins, subindo 17,9% para US$ 589 milhões, também uma nova alta histórica.
Os volumes de transferências on-chain de stablecoins aumentaram 18,3% em julho, atingindo US$ 999 bilhões, o maior volume registrado desde abril. Os volumes totais subiram 69,4% em relação ao ano anterior, impulsionados pela aprovação dos ETFs à vista nos EUA. Entre as cinco principais stablecoins no Ethereum, o DAI liderou com US$ 599 bilhões em transferências on-chain em julho, representando 59,95% do mercado.