Um grupo de grandes investidores de criptomoedas e Web3 fará um encontro com o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, nesta terça, 06, na sede do BC em São Paulo. Entre os temas debatidos está o futuro do Drex no Brasil e como a CBDC deve habilitar uma nova economia de tokens RWA no país e sua interligação com o mercado DeFi e cripto.
Além disso, segundo apurou o Cointelegraph, também será abordado os desdobramentos da Consulta Pública do BC sobre a regulamentação do mercado cripto e os próximos passos da autarquia referente ao tema.
Entre os participantes da reunião estará Dan Tapiero, Founder, CEO e CIO da 1 Roundtable Partners e 10T Holdings, uma Venture Capital focada em investir em empresas de blockhain e criptoativos. Também estará presente Axel Blikstad, Fundador e CEO da BLP Crypto, empresa brasileira focada em fundos de investimento com exposição em criptomoedas.
A reunião também contará com um grupo de investidores como José Augusto de Azevedo Antunes Filho, Head Itaú Digital Assets, divisão do Itaú focada exclusivamente em criptoativos e ativos digitais; Marcos Aziz Nader, Fundador da Nomad, empresa que oferece investimentos em criptomoedas, entre outros.
Economia tokenizada
Além do encontro com os investidores cripto, na manhã desta terça, 06, Campos Neto abordou os planos do BC, dentro da agenda BC#, durante uma palestra no BTG Pactual CEO Conference 2024, promovido pelo Banco BTG Pactual.
Durante o encontro, Campos Neto, destacou que as pessoas estão procurando por uma representação digital de algo que tenha valor, migrando de uma economia física para uma economia digital e, portanto, a transformação principal é a tokenização de ativos, com blockchain, para habilitar a negociação destes 'assets' entre as pessoas e entre as fronteiras.
O presidente do BC destacou que a tokenização de ativos gera ganhos de eficiência, permitindo maior rapidez e transparência, menor custo, um processo mais aberto e a programabilidade na compra e venda de ativos.
Diante disso, o presidente destacou que o BC tem um agenda integrada de inovação para habilitar a economia nacional para a economia digital, envolvendo o Pix, Open Finance, Drex, Open Finance e internacionalização da moeda.
Sobre o Drex, Campos Neto, destacou que a proposta do BC é iniciar uma avaliação dos testes em andamento com os 11 consórcios e empresas participantes. Esta avaliação deve começar em junho e também envolverá outros protocolos.
A intenção do BC é lançar uma primeira versão do Drex ainda em 2024 e, assim como feito com o Pix, os serviços serão ampliados na medida em que o mercado e os cidadãos vão interagindo com o protocolo e se familiarizando com a nova moeda digital.
Campos Neto destacou que a agenda BC#, envolvendo os 4 blocos fundamentais, terá o "Agregador Financeiro" como a se produto 'unificador' ou seja, aquele no qual os 4 blocos serão unidos em um serviço único para o cidadão.
Neste super APP que o BC pretende desenvolver, também haverá o uso de inteligência artificial. A proposta do regulador, segundo Campos Neto, é que este aplicativo seja um marketplace de serviços financeiros, algo como um MetaMask do sistema financeiro do Brasil, no qual o cidadão faz o onboarding e pode acessar qualquer oferta de investimento e serviços financeiros de qualquer instituição do país, interagindo com os serviços por meio de um login único e escolhendo com quem e como compartilhar seus dados.
No entanto, segundo disse o presidente do BC, ainda não há um prazo para o lançamento do Agregador Financeiro.