A plataforma de finanças descentralizadas (DeFi) Mantra, que passa por dificuldades, divulgou um comunicado oficial abordando as causas do flash crash de 92% do seu token OM ocorrido em 13 de abril.

O anúncio de 16 de abril, intitulado “Relato dos Eventos: 13 de abril de 2025”, reitera que a queda não envolveu nenhuma venda de tokens por parte do próprio projeto, e que a equipe da Mantra segue totalmente operante e continua investigando o incidente.

Embora o CEO da Mantra, John Mullin, tenha declarado anteriormente que a equipe estava preparando uma análise pós-incidente (post-mortem), o novo comunicado trouxe poucos detalhes adicionais sobre os motivos por trás da movimentação rápida de tokens OM para exchanges e a consequente cascata de liquidações.

“O objetivo do comunicado foi compartilhar uma análise atualizada sobre os principais fatores que causaram a movimentação de preço e dados verificáveis sobre a oferta em circulação”, disse Mullin posteriormente ao Cointelegraph, acrescentando que a investigação ainda está em andamento.

Motivos da queda do OM

Na atualização, a equipe da Mantra apontou “quantidades significativas de tokens OM movidos para exchanges para uso como colateral” e “encerramentos forçados de posições em OM” como os principais fatores que desencadearam as liquidações, incluindo as automáticas.

“Acreditamos que esses são os motivos do ocorrido, mas ainda estamos investigando os detalhes de como e por que os eventos se desenrolaram”, afirmou o CEO da Mantra ao Cointelegraph.

À medida que a investigação avança, a equipe da Mantra pretende divulgar uma análise pós-incidente formal, acrescentou Mullin.

Mantra se junta a analistas de blockchain não identificados

Para dar continuidade à investigação, a Mantra firmou parceria com analistas de blockchain não especificados para obter informações sobre as causas subjacentes do colapso, contou Mullin ao Cointelegraph.

“Já fizemos isso, embora os detalhes sejam confidenciais”, afirmou o CEO.

A Mantra também está considerando contratar uma auditoria forense após os eventos de 13 de abril. Segundo Mullin, as discussões envolveram profissionais, incluindo a consultoria empresarial FTI Consulting, mas nenhuma decisão foi tomada até o momento.

Mullin também disse ao Cointelegraph que a equipe da Mantra conta com cerca de 90 funcionários em tempo integral, e acrescentou:

“Nosso time está totalmente focado na saúde e no futuro da empresa. Não prevemos demissões neste momento.”

Circulação limitada de tokens OM da mainnet

Na publicação, a Mantra reiterou que existem dois tipos de tokens OM — um baseado na Ethereum (ERC-20) e outro que opera na rede principal (mainnet) da Mantra.

“O incidente envolveu quase exclusivamente o OM ERC-20, já que o OM ERC-20 representa praticamente todo o mercado líquido”, afirmou a Mantra no comunicado.

Lançado em agosto de 2020, o token OM original baseado no padrão ERC-20 tem uma oferta fixa de 888,8 milhões de OM, com 99,9% desses tokens em circulação pública até 15 de abril.

No entanto, os tokens OM da mainnet da Mantra tinham apenas 77,5 milhões em circulação após a Mantra Chain cunhar uma quantidade equivalente de OM em outubro de 2024.

Conclusões da Mantra

Além disso, a publicação menciona uma divergência nos preços à vista do OM entre as exchanges OKX e Binance. De acordo com o CoinGecko, a discrepância começou por volta das 18h UTC, cerca de uma hora antes da queda do token OM.

Entre suas conclusões, a Mantra afirmou que informações adicionais de suas parceiras exchanges “ajudarão a esclarecer melhor os eventos”, acrescentando:

“Convidamos nossas parceiras exchanges centralizadas a colaborar no fornecimento de mais clareza sobre as atividades de negociação durante esse período.”

A equipe da Mantra confirmou que está preparando um plano de suporte para o OM, que inclui tanto recompra de tokens quanto queima de oferta. Nenhum cronograma para a execução do plano foi divulgado.

Como noticiado anteriormente pelo Cointelegraph, o CEO da OKX, Star Xu, chamou a Mantra de “grande escândalo” em uma publicação feita horas após a queda. O CEO da Mantra, Mullin, também afirmou que a Binance é a maior detentora do token OM, citando dados do Etherscan.

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