Embora o Bitcoin (BTC) tenha recuperado parte de seu valor e voltado a negociar acima de US$ 17 mil a alta não pode ser vista como um "começo de um rali de alta", conforme aponta uma análise do TC compartilhada com o Cointelegraph.

A análise é assinada por Julierme Rosa e destaca que as altas que o BTC vem apresentando podem ser vistas apenas como um repique do último movimento de baixa. Segundo a análise, no curtíssimo prazo, é possível que o BTC continue em uma recuperação moderada, mas isso não indica que os investidores podem esperar um rali duradou para a criptomoeda.

Julierme destaca um fato relativamente novo neste ciclo de baixa quando comparado com os ciclos de baixa passados: a força das altcoins. Olhando dados da Glassnode ele afirma que a dominância do Bitcoin está caindo e o Ethereum (ETH) está mais forte no relativo, diferente da queda de Luna em maio.

Essa dinâmica mostra uma certa resiliência das altcoins, algo que não ocorreu em outros bear markets no qual a dominância do Bitcoin sempre aumentava quando o mercado de baixa começava.

Outro ponto interessante destacado pelo analista é a análise de drawdowns no preço realizado do mercado, mostrando que já estamos em patamares mais agudos do que outros bear markets.

"Quer dizer, houve drawdown de mais de 17% no preço realizado (no preço médio de compra) das moedas no mercado, superior ao final dos últimos dois bear markets onde a queda foi de 16% e 14% respectivamente. Note abaixo também o processo de formação de fundo no mercado e posterior recuperação no preço realizado (neste ciclo esse processo ainda não aconteceu)", afirmou.

Bitcoin em momento de capitulação

Ainda segundo ele, os futuros também mostram algumas nuances importantes do mercado e, neste caso, os volumes de contratos futuros de Bitcoin, principalmente nas corretoras de varejo estão nas mínimas desde Jan/21. No Ethereum a queda não é tão expressiva, e mostra um aparente interesse maior pelo ativo.

Da mesma forma, ele destaca que o open interest do Ethereum mostra um cenário com mais interesse do que no Bitcoin, apesar de ambos mostrarem uma queda muito grande em relação ao restante do ano, e de 2021.

"Nas funding rates, sinais de capitulação e pânico bem relevantes em torno da queda da FTX, com as funding rates atingindo patamares de -0,15% a cada 8 horas . Somente agora, essas taxas de funding voltaram a estabilidade, próximas de 0. Já o basis de 3 meses (diferença entre o preço do contrato futuro de três meses e o spot) segue negativo, indicando backwardation. Outro sinal claro de capitulação", afirma.

O analista também indica que olhando para o miner balance, ou seja, o balanço nas carteiras do mineradores, há uma queda expressiva na última semana, a maior deste ciclo e uma parte dessas moedas foram transferidas justamente para as corretoras.

"Isso é indicativo claro de mineradores zerando posições em Bitcoin para pagar contas e/ou fechar operação. De fato, em Novembro, houve uma série de notícias acerca de mineradoras desligando máquinas e/ou ficando incapazes de pagar dívidas. Alguns exemplos são: Iris Energy que desligou máquinas e defaultou seus pagamentos de dívida e Compute North que vendeu suas máquinas para oantigo credor. Enquanto isso alguns estados como NY e Manitoba (Canada) anunciaram moratórias para novos projetos de mineração", destaca.

Finalizando sua análise sobre a dificuldade do Bitcoin iniciar um rali nos moldes de 2020/2021 no qual o ativo subiu mais de 200%, o analista do TC destaca que o mining pulse vai se tornando positivo, indicando que os mineradores na rede estão diminuindo devido, entre outros, a queda na remuneração, um movimento clássico dos ciclos de baixa do BTC.

"Isso significa que a queda de hashrate na rede do Bitcoin está maior do que o ajuste de dificuldade da rede, o que indica que teremos novos ajustes (para baixo) na dificuldade de mineração para manter o tempo de 10 minutos entre blocos", afirmou.

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Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.