O KuCoin Pay integrou-se ao Pix, a rede de pagamentos instantâneos administrada pelo Banco Central do Brasil, permitindo que os usuários convertam e gastem criptomoedas em qualquer estabelecimento que aceite QR Codes do Pix.

O lançamento aproveita uma das maiores bases de usuários de criptomoedas do mundo. Segundo um anúncio da exchange publicado nesta sexta-feira, cerca de 26 milhões de brasileiros, aproximadamente 12% da população, já utilizam criptoativos.

A integração oferece conversões instantâneas de criptomoedas para real, permitindo que os usuários transfiram fundos de contas da KuCoin para qualquer banco brasileiro ou paguem comerciantes diretamente pelo Pix. O recurso também inclui ferramentas multifuncionais de carteira para gerenciar criptomoedas e moeda fiduciária dentro do aplicativo da KuCoin.

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado em 2020 e administrado pelo Banco Central, atende mais de 175 milhões de usuários.

O KuCoin Pay, divisão de pagamentos da exchange KuCoin, é uma solução para comerciantes que permite aceitar criptomoedas em transações online e presenciais. De acordo com o CoinMarketCap, a KuCoin é a oitava maior exchange de criptomoedas do mundo, com mais de US$ 6,2 bilhões em volume de negociação spot.

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Principais exchanges de criptomoedas por valor de mercado. Fonte: Coinmarketcap.com

Brasil lidera a adoção cripto na América Latina

Um relatório da Chainalysis publicado em outubro apontou que o Brasil responde por quase um terço de toda a atividade cripto na América Latina, com cerca de US$ 318,8 bilhões em volume de transações entre julho de 2024 e junho de 2025. A alta taxa de adoção no país atraiu uma onda de novas iniciativas de empresas locais e estrangeiras.

Adoção de criptomoedas na América Latina. Fonte: Relatório da Chainalysis

Em setembro, o Itaú Asset Management, maior gestora privada de recursos do Brasil, criou uma divisão de cripto e nomeou o ex-executivo da Hashdex, João Marco Braga da Cunha, para liderá-la. A empresa administra mais de 1 trilhão de reais (US$ 186 bilhões) em ativos de clientes.

Em outubro, a fintech paulistana Crown levantou US$ 8,1 milhões para lançar o BRLV, uma stablecoin lastreada em real brasileiro destinada a facilitar o acesso de instituições ao mercado de renda fixa de alto rendimento do país.

No dia 3 de novembro, o banco digital Banco Inter concluiu um piloto de financiamento ao comércio baseado em blockchain com a Chainlink, o Banco Central do Brasil e a Autoridade Monetária de Hong Kong. O projeto demonstrou como a tecnologia blockchain pode simplificar transações internacionais.

Na quarta-feira, a Coinbase anunciou que está trazendo seu recurso de negociação descentralizada “DeFi Mullet” para o país, permitindo que usuários brasileiros acessem dezenas de milhares de tokens sem sair do aplicativo da Coinbase.

Ainda assim, persistem algumas incertezas no campo regulatório. Em junho, o Brasil reformulou suas regras fiscais, substituindo o sistema progressivo por uma alíquota fixa de 17,5% sobre todos os ganhos de capital com criptomoedas.