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De olho no Drex, empresa brasileira cria sandbox para tokens RWA de imóveis

A empresa nacional netspaces, anunciou a criação de uma plataforma no estilo 'sandbox' para o mercado de imóveis.

De olho no Drex, empresa brasileira cria sandbox para tokens RWA de imóveis
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De olho no potencial do ecossistema de tokenização que será aberto no Brasil com a implementação do Drex, a moeda digital do Banco Central, a empresa nacional netspaces, anunciou a criação de uma plataforma no estilo 'sandbox' para o mercado de imóveis.

Segundo a empresa revelou ao Cointelegraph, o "Sandbox da Propriedade Digital Imobiliária", pretende disseminar conhecimento para os demais players do mercado e preparar eles para o universo das transações imobiliárias digitais.

A netspaces detaca que as incorporadoras brasileiras que aderirem ao Sandbox passam a ter acesso à tecnologia e ao arranjo jurídico da empresa referente à tokenização imobiliária.

Ao todo, até 20 incorporadoras, limitado a uma por município, podem participar desta primeira edição do programa de inovação da empresa, que possibilitará às empresas cobrir os principais estados brasileiros com a propriedade digital imobiliária, com transações de imóveis em menos de três minutos.

A primeira aderente ao projeto é a incorporadora LB IN, de Santarém, no Pará. Fundada pelos irmãos Diogo e Thiago Borges em 2013, a companhia pretende utilizar o programa sandbox como parte de seu projeto de inovação para a entrada no mercado de venda digital de imóveis.

Para o CEO e fundador da netspaces, Andreas Blazoudakis, este projeto marca uma nova era do mercado de tokenização imobiliária brasileira ao colocar incorporadoras e empresas de crédito imobiliário no centro da inovação, como agentes de transformação deste mercado.

“Por conta do lançamento do DREX, a tecnologia blockchain voltará a estar em evidência em 2024. Queremos contribuir para que o mercado esteja pronto para transacionar imóveis de forma online quando isso acontecer”, explica o CEO da netspaces.

Para o Diretor Jurídico da LB IN, Alexandre Pereira, as atividades de incorporação e planejamento da construção de unidades residenciais ou comerciais devem ter contribuição efetiva à sociedade na implementação do desenvolvimento econômico e social.

A empresa não informou se há autorização da CVM para a tokenização dos ativos ou se as ofertas vão seguir as regras de crowdfunding estabelecidas pela autarquia.

“Adotar práticas inovadoras, sustentáveis e renováveis, abastecidas pela tecnologia que o mercado digital proporciona, além de celeridade, praticidade e eficiência, nos convida a somar mais esse desafio proposto pelo programa da propriedade digital imobiliária, cujo resultado final deve ser a facilitação de aquisição imobiliária. Transformar sonhos em realidade, teto e prosperidade faz parte da essência da  LB IN", afirma.

Drex

Em outro desenvolvimento relacionado ao mercado de tokenização e o Drex, o PagBank e Agibank realizaram a primeira transferência interbancária como a moeda digital nacional. O teste envolveu a criação da carteira, depósito de ativos e o envio e recebimento entre instituições, e foi a primeira entre as carteiras do PagBank e do Agibank.

A transação foi executada em um ambiente simulado, sem envolver clientes ou valores reais, e representou um importante passo na evolução dos testes com o Drex. 

“Mesmo na estrutura do piloto, a transação atendeu aos parâmetros estabelecidos, levando milissegundos para ser concluída. Entendemos que o teste tem evoluído muito bem e é de suma importância para validar requisitos tecnológicos e de segurança para a efetiva adoção do Drex”, afirma Cesar Leite, CTO do PagBank.

Além disso, o executivo observa que as duas instituições financeiras envolvidas no projeto também podem aproveitar o piloto para validar e amadurecer casos de usos baseados no Drex, que efetivamente geram valor para os clientes e para as estratégias de negócio de ambas as empresas.  

O PagBank e o Agibank integram o consórcio da ABBC (Associação Brasileira de Bancos Comerciais), um dos principais consórcios do piloto do Drex. O grupo foi um dos 16 inicialmente selecionados entre um total de 36 candidaturas apresentadas pelo mercado, envolvendo mais de 100 instituições, para participação no piloto.