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Dona da Juventus rejeita proposta de aquisição da Tether

A Exor rejeitou publicamente a proposta da Tether para adquirir totalmente o clube de futebol Juventus, com o CEO da Exor, John Elkann, afirmando que seus “valores não estão à venda.”

Dona da Juventus rejeita proposta de aquisição da Tether
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A oferta de mais de US$ 1 bilhão da emissora de stablecoins Tether para comprar o clube de futebol profissional italiano Juventus foi recusada por sua proprietária, a Exor.

A Exor, holding da família Agnelli, que é dona da Juventus há mais de 100 anos, afirmou no sábado que seu conselho de administração “rejeitou por unanimidade uma proposta não solicitada apresentada pela Tether” para adquirir todas as ações da Juventus, listada em bolsa.

“A Exor reafirma suas declarações anteriores e consistentes de que não tem intenção de vender nenhuma de suas ações da Juventus a terceiros, incluindo, mas não se limitando à Tether, com sede em El Salvador”, disse a empresa.

Na sexta-feira, a Tether informou que havia apresentado uma proposta vinculante e totalmente em dinheiro à Exor para sua participação controladora de 65,4% no clube e que faria uma “oferta pública pelas ações restantes ao mesmo preço” caso o acordo fosse aceito.

A Reuters noticiou que a Tether ofereceu 2,66 euros (US$ 3,12) por ação, o que avaliaria a Juventus em pouco mais de 1 bilhão de euros (US$ 1,17 bilhão). A capitalização de mercado da Juventus era de 944,49 milhões de euros (US$ 1,1 bilhão) após o fechamento das negociações de sexta-feira a 2,19 euros (US$ 2,57).

A Tether não respondeu imediatamente ao pedido de comentário.

“Os valores não estão à venda”, diz o CEO da Exor

Em um vídeo publicado no site do clube no sábado, o CEO da Exor, John Elkann, afirmou que a Juventus “faz parte da minha família há 102 anos.”

“Juventus, nossa história e nossos valores não estão à venda”, acrescentou.

John Elkann, CEO da Exor, vestindo um moletom da equipe, rejeita a proposta da Tether em uma declaração em vídeo. Fonte: Juventus

Em seu comunicado, a Exor disse que a empresa e a família Agnelli “continuam totalmente comprometidas com o clube, apoiando sua nova equipe de gestão na execução de uma estratégia clara para alcançar resultados sólidos dentro e fora de campo.”

A Tether afirmou em sua proposta que estava preparada para investir 1 bilhão de euros (US$ 1,1 bilhão) para apoiar o desenvolvimento da Juventus caso a transação fosse concluída.

“Para mim, a Juventus sempre fez parte da minha vida. Cresci com este time”, disse o CEO da Tether, Paolo Ardoino. “A Tether está em uma posição financeira sólida e pretende apoiar a Juventus com capital estável e uma visão de longo prazo.”

A Tether emite a stablecoin de mesmo nome, Tether (USDT), e tem expandido seus negócios além das criptomoedas, tendo comprado uma participação na Juventus em fevereiro e aumentado essa participação para mais de 10% em abril.

A empresa também ampliou sua influência no clube depois que os acionistas da Juventus aprovaram, no mês passado, a nomeação de Francesco Garino — indicada pela Tether — para o conselho de administração. A empresa havia tentado, sem sucesso, incluir também seu vice-diretor de investimentos, Zachary Lyons.