O perfil Viktor DeFi publicou em seu Twitter, na quinta-feira (2), sobre fundos de índice descentralizados para o mercado de criptomoedas. O investidor defende que as stablecoins podem não ser a aposta mais segura em um ciclo de baixa, mas sim alocações calculadas. O Analista CNPI do Cripto Select, Henrique Paiva, acredita na praticidade que esses fundos podem dar a investidores menos experientes.

Automatizando escolhas

Diversificar o portfólio no mercado de criptomoedas pode ser uma tarefa desafiadora. O CoinGecko aponta que existem 12.353 criptoativos atualmente. Esse mesmo problema também afeta o mercado tradicional e, por isso, índices como o S&P 500 surgem. 

O S&P 500 acompanha o desempenho das 500 maiores empresas em valor de mercado cujas ações são negociadas nos Estados Unidos. Por isso, é natural que índices surjam no mercado de criptomoedas na forma descentralizada. 

Viktor DeFi afirma que o mercado global de ações está avaliado em US$ 96 trilhões, dos quais 18% estão alocados em índices. Em comparação, o valor total alocado (TVL, na sigla em inglês) de DeFi representa menos de 1% do montante alocado em índices tradicionais. “Estamos muito no início”, diz o autor das publicações.

Um dos exemplos mencionados na série de publicações é o Phuture DeFi Index (PDI), da plataforma Phuture Finance. O PDI acompanha os preços de tokens do setor DeFi cujos projetos estão listados no DefiLlama, que seja do ecossistema Ethereum e que tenha histórico de preço no CoinGecko de um ano, no mínimo.

A liquidez a qualquer momento é mantida, já que o PDI é um token. Além disso, o rebalanceamento dos projetos é feito de forma pública, através da Keep3r Network. Outro índice oferecido pela Phuture Finance, segundo Viktor DeFi, é o Colony Avalanche Index (CAI).

O CAI oferece exposição aos tokens dos maiores protocolos, em TVL, do ecossistema Avalanche. Além de acompanhar a variação dos preços dos criptoativos, é também feita uma alocação nos protocolos de empréstimo da rede para gerar ganhos adicionais aos usuários, acrescenta o autor das publicações.

Vale a pena para o varejo?

Quando se fala em índice, especialmente em um ambiente de investidores que gostam da autonomia concedida por DeFi, surge a dúvida sobre essa ser a melhor forma de alocar capital. Na visão de Henrique Paiva, Analista CNPI do Cripto Select, investir em índices descentralizados pode ser cômodo.

Em um fundo de índice baseado em valor de mercado, o investidor não precisa acompanhar variações nos preços para rebalancear manualmente a carteira, avalia Paiva. “O investidor estará automaticamente se expondo ao valor que o mercado dará para cada ativo. Cabe ao mercado dizer quanto vale cada ativo, e até mesmo o peso da alocação é ajustado pelo valor de mercado”, completa.

Paiva diz ainda que tais fundos de índice guardam uma relação com estratégias de trend following e momentum, onde ativos em tendência de alta ganham valor e, consequentemente, um peso maior no índice.

Ainda que a ideia de investir em fundos tradicionais com exposição ao preço de criptomoedas pareça pouco prático, os tokens de índices descentralizados podem ser uma forma mais simples de investir para os investidores que buscam diversificar o portfólio.

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