Investimentos pesados no desenvolvimento do metaverso resultarão em perdas "significativas" de dinheiro para a Meta nos próximos três a cinco anos, afirmou o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, durante encontro anual dos acionistas da empresa, informou reportagem publicada pela Bloomberg na quarta-feira, 25 de maio.
A declaração surgiu em uma resposta ao questionamento de um acionista sobre as perspectivas de retorno sobre os investimentos na empresa. Zuckerberg revelou ainda que o ambiente virtual imersivo projetado pela empresa só será completamente funcional dentro de 10 a 15 anos, uma vez que muitos dos produtos da Meta para viabilizar experiências digitais interativas em uma internet multi-sensorial só estarão plenamente desenvolvidos e acessíveis aos usuários após esse período:
"Nosso objetivo é que o hardware seja o mais acessível possível para todos para garantir que a economia digital possa crescer uniformemente."
Passados os cinco anos de investimento inicial, o metaverso deve começar a gerar receitas para a empresa, à medida que empresas e produtores de conteúdo começarem a criar seus próprios negócios nesta nova era da internet, passando a oferecer bens e serviços virtuais aos usuários da plataforma.
Somente em 2021, a Meta destinou US$ 10 bilhões ao desenvolvimento do seu projeto de metaverso. Atualmente, 10.000 funcionários dedicam-se exclusivamente à construção de hardware e software para potencialização de experiências virtuais imersivas.
Na reunião de quarta-feira, 12 propostas de acionistas foram rejeitadas, uma vez que Zuckerberg ainda detém o controle acionário da Meta e é o último responsável pelas decisões sobre o planejamento da empresa.
Uma das propostas sugeria que a Meta encomendasse um relatório detalhado sobre o real interesse dos usuários pelo metaverso para que posteriormente fosse realizada uma votação em que os acionistas deveriam opinar sobre a prudência e a viabilidade dos planos de "implementação contínua".
Funcionários da Meta teriam dito ao Business Insider em abril que Zuckerberg está obcecado pelo metaverso, mas ainda não foi capaz de delinear uma estratégia coerente para o desenvolvimento do que ele considera o "futuro da internet".
As ações da Meta acumulam desvalorização de 52% desde o início de 2022, sob o impacto da diminuição do número de usuários ativos no Facebook, combinado com um cenário macroeconômico desfavorável aos ativos de risco, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente.
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