Depois de ser alvo de diversas notícias envolvendo pirâmides financeiras, o investimento em criptomoedas foi objeto de matéria do portal Exame, que entrevistou alguns empresários brasileiros em busca de respostas para investimentos mais seguros no mercado no Brasil.

A matéria diz que o mercado brasileiro negociou R$ 5 bilhões em criptos no primeiro semestre, segundo dados da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), e depois cita a falta de regulação das exchanges brasileiras como um problema para a proteção dos consumidores.

O texto cita o caso do Grupo Bitcoin Banco, que interrompeu o pagamento de investidores da NegocieCoins e TemBTC, exchanges do grupo, teria dado calote de até R$ 50 milhões e recebeu ordens de apreensão pela Justiça.

Segundo o planejador financeiro Felipe Borges, o investimento em criptomoedas "não é para todo mundo, mais pela desvalorização do ativo do que pelo risco de compra".

Borges ainda fala sobre as pirâmides financeiras, que no Brasil já fizeram diversas vítimas prometendo retorno garantido a partir de investimentos em criptomoedas, em especial o Bitcoin:

"Eu vejo pirâmides oferecendo ganhos de 5% ao mês em Bitcoins e faço um paralelo com Warren Buffet, considerado o melhor investidor do mundo. Ele conseguiu uma rentabilidade média de 17% a 20% ao ano, então como alguém consegue garantir 5% ao mês? Tem alguma coisa errada e é preciso desconfiar."

O planejador financeiro ainda destaca que o "risco pode ser de 100%", destacando que assim como o dólar ou o ouro, a valorização das criptomoedas ainda depende mais da confiança do mercado e da demanda.

O sócio da BlackBird Investimentos, Bruno Di Giacomo, também é ouvido na matéria, lembrando que há dificuldade no mercado até mesmo para definir o Bitcoin como uma moeda, pois ele não serve como moeda de valor, característica própria para uma moeda, além de não ser amplamente aceita como meio de troca:

"É jogar com a sorte, pois os fundamentos do Bitcoin são muito frágeis".

Ele porém pondera que em caso de uma nova grande crise econômica, os bancos centrais devem adotar juros baixos e injetar mais moeda na economia, o que poderia causar um "crash" e perda da credibilidade dos BCs. "Neste caso, uma moeda não ligada aos BCs seria uma alternativa".

Como o Cointelegraph noticiou nos meses anteriores, a adoção de criptomoedas como alternativa a moedas nacionais muito desvalorizadas já é uma realidade em países como Argentina e Venezuela.