Com a empresa de gerenciamento de ativos digitais Grayscale se recusando a fornecer provas de reservas para o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), um analista independente passou dias vasculhando a blockchain do Bitcoin para verificar de forma independente as participações da empresa.

O analista da OXT Research, Ergo, usou recursos de análise forense on-chain para confirmar que, em 23 de novembro, o GBTC possui aproximadamente 633.000 Bitcoin (BTC) mantidos por seu custodiante, o Coinbase Custody.

As moedas da Grayscale G(BTC) Parte 2

Nesta análise, usamos análises forenses adicionais on-chain para CONFIRMAR o saldo aproximado de 633k BTC mantido pelo G(BTC) no Coinbase Custody.

O que levanta a questão: por que a Grayscale se recusa a divulgar suas participações on-chain?

— Ergo (@ErgoBTC)

Desde o colapso da FTX, tem havido uma pressão crescente sobre exchanges e gerentes de ativos digitais para provar que realmente detêm os fundos que reivindicam como seus. Um colapso do GBTC, ou a liquidação de suas participações, seria um sério evento de cisne negro. As preocupações aumentaram devido ao relacionamento da Grayscale com o credor cripto Genesis Global Trading. Ambas são subsidiárias da empresa de capital de risco Digital Currency Group.

A verificação independente de suas participações dará algum nível de confiança aos investidores do produto e da indústria como um todo, e seguirá a Coinbase atestando as participações no início da semana.

A Ergo anunciou que estava investigando as participações do GBTC em uma publicação postada no Twitter em 20 de novembro, depois que a Grayscale citou questões de segurança como motivo para evitar a revelação de suas provas de reservas on-chain em 18 de novembro.

Sabendo que a maioria dos ativos havia sido transferida recentemente do provedor de segurança anterior da Grayscale, Xapo, para a Coinbase Custody, a Ergo foi capaz de usar dados públicos e análise forense on-chain para atribuir um saldo de cerca de 317.705 BTC em 432 endereços à provável atividade de custódia do GBTC.

Para encontrar o restante dos BTCs mantidos pelo GBTC, Ergo teve que “varrer a blockchain” para encontrar endereços adicionais que se encaixassem no perfil daqueles encontrados originalmente e observou que, embora a análise “certamente inclua falsos positivos e negativos”, os endereços que eles encontraram contêm participações de BTC quase idênticas às que o GBTC afirma ter.

Anunciando que confirmo as participações, Ergo acrescentou:

“O que levanta a questão: por que a Grayscale se recusa a divulgar suas participações on-chain?”

O usuário do Twitter Skyquake-1 ofereceu uma resposta plausível, depois de desenterrar documentos do GBTC da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) datados  de janeiro de 2017, que afirma que o custodiante “não pode divulgar essas chaves [públicas] ao patrocinador, fideicomisso ou qualquer outro indivíduo ou entidade."

Acontece que fazia parte do prospecto do $GBTC. Eles simplesmente não têm permissão para revelar lol

— illiquidity providoooor (@skyquake_1)

Ergo recebeu elogios de muitos membros da comunidade, incluindo de Ceteris, da empresa de pesquisa cripto Delphi Digital, que repostou a análise e acrescentou:

“Ergo é um tesouro”.

A comunidade do Twitter tem sido uma fonte constante de informações sobre a indústria, principalmente desde a queda da FTX, tendo recebido elogios do CEO e cofundador da Coinbase, Brian Armstrong e de Elon Musk, por seus esforços.

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