Rodrigo Mejia-Ricart, especialista financeiro sênior do Banco Mundial, recentemente divulgou um documento afirmando que a tecnologia de registro distribuído (DLT) poderia ajudar a reduzir os custos de remessa ao exterior e melhorar o compliance em pagamentos internacionais.
O blog do banco Mundial também declara que “a indústria está madura para a ruptura”, citando a DLT como uma ferramenta preparada para deixar sua marca. O artigo foi escrito por Marco Nicoli (especialista sênior do Banco Mundial), Rodrigo Mejia-Ricart (analista de pesquisa e políticas públicas das Nações Unidas) e Camilo Tellez (chefe de pesquisa e inovação da Better than Cash Alliance). O post critica os tradicionais pagamentos transfronteiriços B2B tradicionais como sendo muito lentos e aponta as falhas de forma bastante sucinta:
“Transferir fundos pelos corredores em vigor exige transacionar através dos sistemas de pagamento internos relevantes, que muitas vezes têm horários de funcionamento diferentes e estão localizados em diferentes fusos horários. Para determinados corredores, os fundos devem ser roteadas através bancos e intermediários vários antes de chegarem ao seu destino”
Segundo o documento, há uma infinidade de opções operando dentro do espaço de pagamento, tornando difícil para a DLT encontrar uma posição na qual os usuários confiem, vinculados por anos aos sistemas tradicionais e dependentes deles. O texto sugere que o custo, um grande ônus para os usuários dos atuais sistemas de pagamento, poderia ser reduzido se empresas existentes seguissem modelos como Ripple, Circle, SWIFT, Visa e JPMorgan, todos ativos no espaço e atualmente trazendo novas inovações para o setor de pagamentos internacionais.
Uma área importante de preocupação que foi vista como um obstáculo para a adoção da DLT no setor foi uma desconfiança generalizada de tais soluções devido a preocupações do setor e mal entendidos em relação à natureza das criptomoedas, proveniente da mesma tecnologia.
Outras preocupações foram levantadas sobre a questão de colocar a DLT em concorrência direta com as regras estabelecidos pela CBP (Customs and Border Protection - agência de segurança de fronteiras dos Estados Unidos). Dentre as exigências do órgão estão segurança, regras de governança para protocolos, mecanismos de recurso para usuários, privacidade e escalabilidade.
Não é a primeira vez que um agente do Banco Mundial se pronuncia a favor das DLTs. Como publicado pelo Cointelegraph, o presidente do órgão mundial já ressaltou as vantagens que o sistema pode trazer para negociações internacionais.