Embora o preço do Bitcoin (BTC) venha enfrentando dificuldades para manter seu valor acima de US$ 44 mil, analistas apontam que os investidores não deve ter medo das quedas que impactam os criptoativos mas ver na retração do mercado uma oportunidade de compra.
"Comprar no topo não ajuda em nada a aumentar seus lucros", destaca o analista Mike Ermolaev, head de PR da ChangeNOW.
Segundo Ermolaev, era de se esperar que após um ano de ganhos e recordes, as criptomoedas passariam por um momento turbulento e que há vários fatores externos fundamentando uma retrocesso no preço das principais criptomoedas do mercado.
O analista destaca que a repressão da China à indústria de criptoativos, a decisão do Federal Reserve de aumentar as taxas de juros, que causou uma liquidação na Nasdaq, pesada em tecnologia e uma crise política no Cazaquistão, foram alguns dos principais catalisadores para uma baixa no mercado.
"O governo chinês levou vários anos para limitar o uso de moedas digitais, mas sua repressão mais recente proibiu todas as transações e mineração de criptomoedas no país. Os novos regulamentos da China têm como alvo os ICOs. Em um movimento mais recente para restringir as criptos, a China ordenou o fechamento da mineração de Bitcoin em sua província de Sichuan, além de instruir os bancos a pararem de oferecer suporte a transações de criptomoedas. O banco central do país proibiu todas as transações de criptomoedas", destaca.
No caso do Cazaquistão ele destaca que os mineradores exilados da China afluíram para o país que os recebeu de braços abertos, já que o governo do Cazaquistão esperava que sua energia barata e abundante de carvão atrairia a indústria dos mineradores e com isso ajudar na geração de receita para o país.
Assim, de acordo com o Cambridge Center for Alternative Finance, o Cazaquistão se tornou o segundo maior país do mundo para mineração de criptomoedas depois que a China reprimiu o setor em 2021.
"O número exato de BTCs cunhados no Cazaquistão é difícil de estimar. O país responde por 18,1% do consumo global de eletricidade de acordo com o Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index (CBECI) em agosto de 2021", aponta.
O analista destaca que durante a revolta no Cazaquistão que começou em 2 de janeiro, a internet no país foi desligada, fazendo com que o poder de computação do Bitcoin despencasse. Poucas horas após a interrupção, Larry Cermak, do The Block, twittou que 12% do poder de computação mundial do Bitcoin havia desaparecido.
"A partir de agora, a conexão com a Internet do país foi restabelecida, de modo que o hashrate está gradualmente voltando ao normal", disse.
Hora de comprar
O executivo também destaca que juntamente com a redução nos preços das criptomoedas, também houve um aumento na oferta de stablecoins e que parece continuar no curto e no médio prazo.
"O gráfico Stablecoins Supply Ratio (SSR) mostra o valor mais baixo desde julho de 2021, significando alta oferta de stablecoin em comparação com o valor de mercado do Bitcoin e indicando que os investidores estão se voltando para eles como um hedge contra a volatilidade. Neste ponto, não espero uma correção de um ano, como ocorreu em 2018", disse.
Segundo ele, todos esses eventos ajudaram a puxar o Bitcoin para baixo, no entanto, é preciso observar que a linha de suporte crítica para o BTC está em US$ 31 mil e, somente se o preço cair abaixo desse nível, podemos falar sobre o mercado de baixa.
"Caso contrário, estamos testemunhando uma correção e não há com o que se preocupar",
Portanto, ele aponta que os investidores muitas vezes caem na armadilha de esperar pelo top ideal que nunca entram em ação e nunca vendem.
"O objetivo não é pegar o topo perfeitamente, mas sim obter a essência do movimento. Nunca há motivo para ter medo de lucrar com suas posições. Apenas alguns alimentos para o pensamento. E, finalmente, você pode não estar tão preocupado com a queda atual do Bitcoin se mudar seu foco para o fato de que ele disparou mais de 5.000% nos últimos cinco anos", finaliza.
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