Ana Paula Assis, presidente da IBM para América Latina, disse que a fantasia de que blockchain serviria para tudo já passou mas reforçou que tecnologia será o padrão para transações de dados e ativos no futuro, conforme entrevista publicada no jornal Valor Econômico, em 24 de junho.

"Pelas características e recursos do registro distribuído, a tecnologia deve se tornar um padrão para transações e transferência de ativos. O Fórum Econômico Mundial estima que, até 2025, 10% do PIB global estará registrado em blockchain. Se a previsão se confirmar, a base estará consolidada e a adoção em massa será questão de tempo” disse a executiva

A executiva também refoçou que a possibilidade de troca de informações e dados entre diferentes plataformas de blockchain, sejam elas públicas ou privadas, é o novo desafio atual da tecnologia.

“A integração das diferentes redes é um próximo passo importante. Nós veremos o surgimento de diversas comunidades para o uso de blockchain. Mas as cadeias produtivas não são isoladas. Logística conversa com mercado financeiro, ambas conversam com as fábricas. Neste cenário, haverá aplicações para troca de informações. Vale lembrar que, em uma estrutura blockchain, é possível selecionar as informações que serão compartilhadas entre estas redes."

Ainda segundo a publicação, quando o termo blockchain surgiu, a cerca de três anos, no universo empresarial, a palavra era associada a um misto de "pânico e fascínio" que foi dissipado agora que as empresas entenderam que a tecnologia não pode resolver "todos os problemas", mas que ela tem seu potêncial.

 “Antes de partir para a implementação, é necessário mapear os problemas de impacto e avaliar se eles são comuns em outras companhias - parceiras e até concorrentes.Também é preciso avaliar as vantagens para o uso de blockchain. Na prática, se um problema pode ser resolvido, com baixo custo e eficiência, pelas tecnologias tradicionais, o registro distribuído dificilmente será a melhor alternativa", afirmou

Como reportou o Cointelegraph, a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciaram o lançamento da primeira rede blockchain do setor financeiro nacional. A primeira aplicação da nova rede é o "Device ID", que permite o compartilhamento de um conjunto de informação dos usuários de bancos e instituições financeiras, para com isso criar uma camada nova de segurança para sistemas antifraude e de identificação.