Nesta terça-feira haverá reunião do Comitê de Política Monetária e há grande expectativa do mercado em mais um corte na taxa dos juros básicos da economia, a famosa Selic. O Brasil atualmente apresenta a menor taxa de juro referencial de toda sua história. Em julho de 2019, a taxa de juro anual era de 6%, a taxa hoje é de 2,25%.
A queda da Selic é vista como benéfica por diversos setores. Para o governo em particular parece uma boa medida, pois barateia o financiamento da dívida pública, em um país que a dívida pública representa 79,8% do Produto Interno Bruto (PIB), opera com a Selic em níveis mais baixos favorece a rolagem dessa dívida.
Assim também deveria ser para o cidadão, mas os bancos tentam represar esse corte e não entregam taxas mais baixas de juros de empréstimos e cartões de crédito.
Para os bancos, a queda na Selic não impacta nos negócios e até os torna mais rentáveis, pois eles captam dinheiro a uma taxa baixa e cobram mais caro na ponta para o cliente.
Ontem, o Itaú Unibanco revelou seu balanço semestral e os efeitos da Pandemia já se fizeram presentes, seu lucro líquido recorrente, atingiu R$ 4,2 bilhões, representando uma queda de 40% contra um ano antes.
Mesmo com a queda da Selic o custo da inadimplência impactou os resultados do maior banco privado do Brasil. O presidente-executivo do Itaú Unibanco, Candido Bracher, disse que vê a taxa de inadimplência de 90 dias no Brasil atingindo no próximo ano níveis mais elevados do que os de crises anteriores.
A queda da Selic impacta os investimentos e a produção industrial
O IBGE divulgou seu estudo ontem sobre o crescimento industrial, a pesquisa que abordou 26 setores viu um crescimento, apesar da Pandemia, de 8,9%. Uma sustentação de produção que favoreceu vários setores, inclusive o de serviços.
Com efeito, há um outro efeito que pode ser negativo para a indústria e outros negócios: a desvalorização internacional do dólar.
Há tempos agentes financeiros citam a queda dos juros baixos no Brasil como fator de impulso para o dólar.
A redução sucessiva da Selic afetou rendimentos locais atrelados à taxa de juros, tornando a renda fixa do país menos interessante para o investidor estrangeiro que está sempre buscando mais rentabilidade. Uma possível explicação para os sucessivos recordes de pontos nas bolsas dentro e fora do Brasil.
De acordo com o BC, o dólar está 33% mais valorizado que o real em 2020.
Como investir com a Selic em baixa?
Para quem tem apetite ao risco e volatilidade, as opções do mercado são inúmeras: fundos multimercados, ações, ETF's que espelham o índice Bovespa e fundos imobiliários.
Já para quem quem busca mais risco e volatilidade, criptoativos são a melhor opção. O Bitcoin já acumula 78% de valorização frente a Bovespa, que perdeu 17,8%.
Imagem: Seu Dinheiro
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