A Heineken, uma das maiores cervejarias do mundo, anunciou um investimento de R$ 865 milhões na ampliação da sua fábrica em Ponta Grossa para aumentar em 75% a sua produção local. A cervejaria destacou também que está testando o uso de blockchain para rastrear itens da cadeia de produção, o primeiro teste da empresa foi com o lúpulo.

Sobre a ampliação da fábrica no país, a companhia não informou a capacidade nominal da fábrica, a terceira maior da Heineken no Brasil. A ampliação da fábrica será feita gradualmente, com os primeiros resultados esperados já para este ano.

“Estamos antecipando em um ano todos os investimentos de nosso plano estratégico. O Brasil é um mercado-chave para nós, representa um volume muito grande”, disse o presidente-executivo da Heineken no Brasil, Mauricio Giamellaro,

Já sobre o uso de blockchain a empresa destacou que iniciou os testes com a tecnologia em 2019, por meio de uma parceria com a Accenture para uso do Hyperledger Fabric.

Para o piloto, uma equipe de projeto dedicada rastreou um lote de lúpulo usado em uma das fábricas da empresa na Holanda. O lúpulo 'com blockchain' foi usado na fabricação da cerveja Brand Blond, uma marca artesanal, "O lúpulo é sem dúvida o ingrediente mais característico da cerveja Brand Blond: 5 variedades diferentes são combinadas para dar um sabor único", disse a empresa.  Para o piloto, uma dessas 5 variedades de lúpulo foi selecionada como o produto agrícola a ser rastreado usando Blockchain.

Desta forma, foi configurada uma rede no hyperledger com  4 nós. No topo desse ambiente, foi construído um fluxo de processos de negócios que refletia o processo desde o crescimento do lúpulo até o engarrafamento do lote resultante de cerveja Brand na cervejaria.

Como resultado do piloto, ao digitalizar um código QR na garrafa, foram mostrados o local exato e o ano em que esses lúpulos foram cultivados, bem como sua pegada de carbono e água. O foco deste projeto foi testar a tecnologia de captura de proveniência e a pegada ambiental da agricultura com dados provenientes de diferentes atores da cadeia de suprimentos. No entanto, o resultado também mostrou um verdadeiro potencial para fornecer informações detalhadas e confiáveis ​​aos consumidores.

"Nos próximos anos, os consumidores deverão poder escanear sua garrafa de Heineken e ver sua jornada real, bem como seu impacto ambiental. Para que isso aconteça, precisamos enfrentar o desafio de obter total transparência das centenas de milhares de agricultores em nossa cadeia de suprimentos global. Acredita-se que a tecnologia Blockchain tenha o potencial de fazer exatamente isso. Portanto, a HEINEKEN queria testar se poderíamos capturar a pegada ambiental de uma garrafa e a origem de seus ingredientes agrícolas usando a tecnologia blockchain", frisou a empresa.