O The Merge da Ethereum ocorreu nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira, 15. É um marco histórico que resulta na transição completa da rede para a Prova-de-Participação (PoS) e elimina a necessidade de mineração, reduzindo o consumo de energia da Ethereum em 99,9%, quando comparado à Prova de Trabalho (PoW).

Alguns mineradores também estão se preparando para um hard fork que lhes permitiria continuar usando o PoW como mecanismo de consenso. Moedas bifurcadas provaram ser lucrativas no passado. Os detentores de Ether (ETH), por exemplo, passaram a possuir uma quantidade equivalente de Ethereum Classic (ETC) quando as redes se separaram em 2016.

No caso de um novo hard fork, no qual a blockchain da Ethereum se dividiria em duas redes diferentes, os usuários que detêm ETH on-chain teriam direito a um montante igual de ETHPoW (ETHW) na cadeia bifurcada. Este seria um token adicional e um ativo totalmente diferente do ETH.

Para os detentores de ETH que usam carteiras de hardware, a questão é mais direta: o que aconteceria com seus tokens se um fork se seguisse ao The Merge? Preparamos algumas respostas para essa pergunta para que você não se perca ou seja alvo de um golpe nas próximas horas.

A maioria dos provedores de carteiras de hardware está adotando a mesma abordagem sobre o caso: monitorar a adoção na nova rede, bem como na cadeia bifurcada antes de adicionar qualquer suporte para o ETHPoW. Eles também dizem que não há necessidade de os usuários realizarem qualquer ação durante a atualização.

Charles Guillemet, diretor de segurança do provedor de carteiras digitais Ledger, explicou ao Cointelegraph: “No caso de um fork, a primeira coisa que todos devem saber é que quaisquer ativos que o usuário tenha atualmente na rede principal estão seguros”, acrescentando que a empresa “não dará suporte a um fork de Prova-de-Trabalho do ETH no primeiro dia após a a atualização, pois há vários aspectos técnicos que precisam ser avaliados para garantir que o ativo não ofereça riscos para os usuários. O principal deles é garantir que a nova cadeia seja segura."

Da mesma forma, Josef Tětek, analista de Bitcoin da Trezor, disse: “O Trezor Suite não suportará a interação com as moedas de Prova de Rrabalho pré-fusão após a fusão, mas os usuários ainda podem usar suas Trezor com uma interface de terceiros como a MetaMask para acessar a versão mais antiga da blockchain.”

A Tangem, fornecedora de carteiras de hardware suíça, também não tem planos de oferecer suporte ao fork PoW. “Até que tenhamos certeza da seriedade dos proponentes deste hard fork, não estamos prontos para oferecer aos nossos clientes suporte para o projeto”, afirmou o diretor de tecnologia Andrey Lazutkin.

Os detentores de ETH que usam carteiras não custodiais e controlam suas próprias chaves privadas terão acesso rápido a ambos os conjuntos de moedas (ETHW e ETH). Os proprietários de chaves privadas podem coletar as moedas bifurcadas usando a MetaMask para conectar a rede PoW a uma carteira Ethereum Virtual Machine.

As empresas de carteiras de criptomoedas também alertam os usuários para tomarem precauções extras durante e após a atualização da rede. “Os golpistas ficam especialmente ativos durante grandes atualizações de rede. Não se envolva com ninguém que afirme que você precisa tomar medidas urgentes para proteger suas moedas”, alertou Tětek.

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